Avatares da Mobilidade
Muitos bons Amigos meus encontram no Verão um outro flagelo, o da proliferação do livro de bolso, que consideram atentatório da dignidade do volume. Devo dizer que, neste caso, tamanho não ser documento parece máxima de duvidosa aplicabilidade para quem, antes do mais, dirige a sua veneração para o recheio. O pior desse difundido auxiliar das férias é ser muita vez exemplo de edição pouco cuidada, quer dizer, a não seguir. Mas julgo que nem esses Bibliófilos exarcebados da minha roda íntima deixariam de se comover perante uma quinhentista edição de Petrarca, quase uma miniatura, de que Vasco Graça Moura falou certa vez, numa entrevista que me concedeu, classificando-o como um pioneiro da edições de algibeira hoje em voga e dizendo o quanto o deliciava imaginar que Camões tivesse andado pela Índia com um igual, na roupa guardado.
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Eis como me vejo irmanado aos cultores da forma, que prezam talvez excessivamente a obra escrita na vertente estrita de objecto. Com efeito, adoraria ter um destes. Mas espero bem que tal amor à antiguidade jamais venha a determinar um embaraço como o que segue representado:
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