sábado, 11 de agosto de 2007

A Prepotência Mediática

Revolta de Tamara Gritzuk

Apesar de tudo, pensava que existisse mais contenção. Pondero seriamente não ver mais noticiários da TVI, desde que, hoje, assisti ao inqualificável, o reporter no terreno do caso Maddie, Amílcar Matos, insurgir-se contra as declarações de um elemento da Polícia Judiciária, que teria afirmado não serem suspeitos os Pais da desaparecida. O atrevimento chegou ao ponto de afirmar que não se percebe como estas declarações puderam ser feitas, porque as regras básicas de investigação criminal dizem que as pessoas mais próximas dos desaparecidos são sempre suspeitas. O Leitor está confuso? Talvez pense "De que título se poderá arrogar uma cadeia televisiva para ditar normas de investigação criminal?" Ou se terá a companhia em questão uma explicação suficientemente forte que indicie o casal inglês? Deixe-Se disso, a desrazão é mais simples e revoltante, considerando o que se procura deslindar. É que a entrevista policial foi negada à estação e dada a orgãos de comunicação social britânicos. A concorrência é guerra em que vale tudo.

6 comentários:

Bic Laranja disse...

Já antes perseguiram o Murat. Já antes a imprensa inglesa perseguiu a Judiciária quando esta lhes não ligava peva...
A linha editorial agora é que os pais são os culpados. Os culpados dos crimes são resultado das reuniões de redacção da imprensa. Não passamos disto.
Cumpts.

Anónimo disse...

Têm toda a razão, Caro Bic Laranja e Caríssimo Paulo.
Só que, nesta última fase, parece que as ordens emanadas dos «powers that be» são para atirar as culpas para cima dos pais e assim terminar a investigação sem que a opinião pública proteste muito. Se calhar, chegaram perto demais de um qualquer figurão da política ou da finança cá do burgo, um fliado no clube dos Bilderbergers ou da Trilateral, e convém-lhes recuar.

Uma tristeza.

Mas consolemo-nos: a Verdade é filha do Tempo, e vem sempre à tona. Às vezes demasiado tarde, mas enfim...

Abraço a Ambos.

O Réprobo disse...

Meu Caro Bic Laranja,
então não se pode extinguir as polícias de investigação? Se a resolução deste tipo de casos passou para onde muito bem detecta, para quê termos organismos inúteis?
Abraço desolado

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
curiosamente começa a a fazer-se tentativa de passar a ideia de que o casal McCann é que tem protectores poderosos, ao nível do Governo Britânico e de forças menos visíveis, mas que manejam cordelinhos. É a voragem da desinformação. Tudo assente no ar, à espera de que seja esse o enchimento da cabeça dos telespectadores.
Abraço enjoado

Anónimo disse...

Estou d'acordo com Carlos Portugal. Porém... em princípio não terão sido esses, ainda que o pudessem fazer ou ter feito sem quaisquer problemas de consciência com toda a certeza, mas isso teria sido por demais evidente e completamente desnecessário, eles têm outros meios e outras crianças mais à mão e menos mediáticas, filhas de pais menos proeminentes e portanto menos detectáveis. Contudo, quem quer que esteja por detrás deste horrível crime, a mando, ou não, de uma rede de pedofilia ou de uma outra de tráfico (e extracção) de orgãos, ou ainda de uma outra para fins mais tenebrosos, qualquer delas está à vontade porque está protegida por poderes ocultos... - que afinal não o são tanto quanto isso... - excepto se tiver sido um caso isolado. E se existir alguém que possa, hipotèticamente, ter agido de modo isolado - e hoje em dia tudo é possível neste País, onde os criminosos andam à solta e perfeitamente à vontade para praticarem os crimes que lhes der na real gana - essa pessoa estará mais ou menos protegida (esse alguém será 'um deles' sem o ser de facto) e os motivos que levam os poderes a proteger um criminoso desta estirpe são por demais conhecidos de todos os portugueses. E essa protecção prolongar-se-á até onde lhes fôr possível. E este "lhes", ou "lhe", pertence evidentemente a alguém com muito poder para ordenar às autoridades policiais que o caso se mantenha num impasse o máximo de tempo que fôr possível, isto é, com recuos propositados e pseudo-avanços mínimos para ir mantendo a arraia-miúda entretida e na perenal ilusão de que vive num País de Lei. Ordens estas que terão de ser acatadas piamente, como é óbvio. Claro que se houver alguém que não esteja de modo algum ligado ao rapto ou que indirectamente até o possa estar sem disso ter tido plena consciência (e, menos ainda, que pertença a partidos políticos, ainda que só militante de base ou simples simpatizante d'algum deles) e que tenha estado muito próximo ou mesmo no próprio local do crime, imediatamente antes ou logo após este ter acontecido e que seja suficientemente íntegro e corajoso para não se deixar intimidar pelos poderosos e/ou comprar por muito dinheiro que lhe possa ser oferecido... e que venha a terreiro oferecer o seu testemunho (desinteressado e verdadeiro) do que terá presenceado, ou, se não, pelo menos com suficiente conhecimento do que se terá realmente passado (até poderá ser uma empregada de limpeza ou uma baby-sitter, por exemplo), SÓ então o mistério do desaparecimento desta criança poderá desvendado.
Ainda não se sabe exactamente o que lhe terá acontecido, passado que está todo este tempo de investigações e tendo estas (aparentemente) voltado à estaca zero. Isto verifica-se muito simplesmente porque ainda não houve ordens claras e precisas, vindas 'lá muito de cima', para que tal facto se produza.
Um caso destes, de absoluto terror, estaria resolvido no mínimo em 24 horas e no máximo em 48, caso este fosse um País onde a Justiça imperasse. Mas não, infelizmente o nosso não é um destes, é vergonhosamente um dos outros.
Cumprimentos, Paulo.
Maria

O Réprobo disse...

Querida Maria,
dentro deste horror todo, para além da vontade de achar a criança viva e bem, o que mais me mobiliza é apontar a dedo a arrogância das televisões e respectivos tratamentos do caso. Pelo que me há-de desculpar, mas atrevo-me a dizer que até teria uma certa coerência a eventual descoberta de que o desaparecimento da Maddie houvesse sido patrocinado por uma as companhias que o cobriram... para que se não descobrisse...
Beijinho. Já era tempo de as TVs provarem do seu próprio remédio.