terça-feira, 21 de agosto de 2007

Há Que Tê-los?

A Violação de Picasso

Pegando no que o Çamorano diz de Camacho, "no seu sítio e bem grandes", essa crua metáfora da coragem? Sim e não, como um só facto comprova. A afirmativa vale para o Presidente Sarkozy, que exibiu o arrojo de se pronunciar pela castração química (consentida) dos delinquentes sexuais perigosos que queiram ser devolvidos à liberdade: não apenas demonstrou fibra para introduzir a inovação num país latino, o que era dado como impossível, culturalmente, como desafiou, proclamando "não ter medo das palavras".
No respeitante à negação... vai inteirinha para o tipo de prevaricadores visados. Com esta reactividade, as violações já evidenciaram muito melhores cores, o que picasseanamente vemos profetizado.
Será que o Chefe de Estado Francês apostou em fazer-me dizer demasiado bem de um político democrata? Irra, já nem me reconheço!

12 comentários:

Anónimo disse...

De momento, cabe decir que la política de Sarkozy está siendo "co....nuda".......Ab.

T disse...

Não sei se a castração químíca resolve. A violência não é sustentadas por pulsões sexuais apenas. Não sou tão freudiana assim.
É um facto que criámos monstros entre nós. O que fazer?
Francamente não sei outra vez.
Um factor inquietante, pessoal e profissionalmente falando.
Nem se pode falar às crianças do perigo dos estranhos. Atendendo aos números, a maior parte dos agressores são os que lhe são mais próximos. E este perspectiva é tenebrosa.
Beijinho

Anónimo disse...

Querido Paulo


e continuando o que a T disse...

...e essas raramente vêem a luz do dia, e quando a vêem já há tantos anos de violação, que a criança jamais esquecerá, jamais será emocionalmente equilibrada.

Para não falar das violações que acontecem dentro das portas dum casamento, em que a violência é o denominador comum.
Estas rarissimamente vêem a luz do dia.



beijinhos

JFC disse...

Olá, a minha opinião é que acho incrivel castrar pessoas e mesmo gatos. Odeio! Mas gosto do Picasso (só na fase azul).
jinhus!

Luísa A. disse...

Caro Réprobo, independentemente da solução preconizada - com que, nos casos consentidos, não vejo porque havia de discordar - também me surpreendo, positivamente, com o desassombro de Sarkozy.

O Réprobo disse...

Meu Caro Çamorano,
é bem verdade! Devia ser-lhe atribuído um prémio que distinguiu algumas páginas da net, o do "blogue com tomates", mudando o que se devesse para a caracterização do governo...
Abraço

O Réprobo disse...

Querida T,
duvido de que se consiga chegar a uma sociedade ocidental sem crimes sexuais. O Mal está sempre à esptreita. Na experiência Escandinava, porém, houve número não desprezível de confissões de condenados que requereram essa limitação, dizendo que não se conseguiam controlar no regresso à vida em liberdade e que, desde que foram condicionaos dessa forma, não voltaram a ter ímpetos no mesmo sentido.
Ora, basta haver uma diminuição sensível deste tipo de horror para valer a pena, não?
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Marta,
a "violação" dentro do casamento é outro caso. Claro que defendo o bom senso de não forçar nada em estados e momentos liites, mas existe o débito conjugal, que é incontornável, até civilmente, configurando um dos deveres do matrimónio e causa de divórcio, se infringido.
Claro que nas violações de crianças a proximidade deve constituir uma agravante e as sanções deverão doer a sério. O medo ainda é um grande substituto da decência...
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Passarinha,
Também sou contra a castração dos gatos, por muito que digam que os alivia, nos momentos do cio. Mas o gato não é responsável por essa natureza, aliás se fosse deveria ser condecorado por ela. Enquanto que estes criminosos hediondos são-nos, na medida em que (esperemos) a maioria da Espécie não se comporta assim, logo não faz parte da sua condição.
Atenção, que aqui "castração" é uma imagem, trata-se de tratamento hormonal limitativo, não se pensa em cortar nada a ninguém. Embora deva confessar - mas isto é do pior de mim - que, ao visionar na net uma amputação islâmica de um violador de uma menina de onze anos, não tenha sentido un átomo de pena.
Salve-se o Picasso, pois.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Luar,
não se tratando, primordialmente, da mera óptica retributiva, em cujo caso se desejaria os golpes mais lentos dolorosos e incompetentes que aplacassem sede de vingança, mas de tentar evitar mais males do género, claro que o oferecimento voluntário para o efeito me parece essencial nesta medida de administração penal, sendo que os condenados considerados perigosos que não se queiram submeter à operação devem permanecer encerrados em hospícios fechados.
O Sarko tem sido uma revelação. E então quando comparado com os tristes antecessores que teve... faz sentir-nos... na Lua!
Beijinho

JSM disse...

Caro Paulo Cunha Porto
O hungaro bonaparte revela coragem por dizer aquilo que pensa, mas aquilo que pensa não tem nada de corajoso. Como sabe a pedofilia até é um crime recente, faz contraponto com os modernos danos colaterais. Por isso, amputar, mutilar, esterilizar, mesmo que a pedido, mesmo que não seja " a macete lento", é sempre desumano.
Mas como o meu amigo confessou essa é uma particularidade que o arrepia. Mais perigosa se afirma a sua simpatia pelo bonapartismo magiar! Desespero de causa?!
Um abraço.

Post-Scriptum: Boas férias.

O Réprobo disse...

Não, meu Caro JSM.
Continuo o que sempre fui. Mas dentro deste sistema, horribilis, para parafrasear a Rainha Isabel, não creio que os homens sejam todos iguais. Já durante a eleição me parecera que os candidatos representavam um salto qualitativo, face ao que a Direita e a Esquerda francesas apresentaram antes, na V República. Desde a eleição, ao menos no plano interno, porque no externo há coisas incompreensíveis como permutar reactores por enfermeiras na Líbia, a acção nacional-unificadora de Sarko tem-me enchido as medidas, por ser o contrário da partidice e partidarite agudas que desmembram as Nações.
Quanto à "desumanidade", não verto uma lágrima. Monstros que pela sua conduta se excluíram do conceito de "Humano" não podem reivindicar o que quer que seja. E não me venham com a conversa de não sermos iguais. A qualidade ou falta dela do alvo da violência muda a própria essência dos golpes aplicados.
Férias a meio-gás, que por cá me vou mantendo.
Abraço amigo