A Saída de Nguyen Dihn Dang
Não havia necessidade desta
descoberta, a saber o efeito físico positivo que a Música pode ter em recuperações de doenças, já que era mais do que suficiente aquele que possa exercer na regeneração espiritual nesses e noutros transes. Mas há duas alterações de comportamentos que convém salientar. O primeiro é de, nas classes mais desafogadas, ter crescido exponencialmente, até pelos progressos tecnológicos de reprodução e miniturização, ao menos entre as Mulheres, o tempo ocupado na audição, enquanto diminuiu drasticamente aquele que era empregue na produção. Antigamente, qualquer Menina da
Classe Média para cima aprendia canto ou um instrumento, sendo quase condição
sine qua non para passar por partido apresentável. Hoje, com o acesso a carreiras profissionais à imagem do que acontecia com os homens, o tempo para aprendizagem e execução evaporou-se, sendo comparativamente muito menos As que o conseguem, vingando-Se na fruição que os leitores em consolas de automóveis e os auscultadores de pequeníssimos memorizadores permitem.
Nunca a saúde psíquica e o seu paradigma mais evidente - o sono - estiveram tão ameaçados, mormente entre o
Belo Sexo. Mas porquê, perguntar-me-ão se há tanta música a entrar pelos ouvidos dentro?
É que a indistinção da aplicação melómana puramente passiva, generalizando-se, pode criar habituação e perder poder curativo.
Neste sentido, creio que há a distinguir uma das situações relatadas no artigo
linkado: a recuperação do marido que ouvia, na doença, a Cara-Metade dedicando-lhe a sua arte baseia-se em mais do que a simples audição musical, mero pretexto para a expressão de sentimentos íntimos que muito podem ajudar a reabilitação.
Foi uma autora de romances cor-de-rosa, June Masters Bacher, que melhor sintetizou a aproximação entre a Arte e o Sentir -
o Amor é como a música, pode parar aqui e ali, mas as cordas ficam para sempre. De acordo, mas é preciso tocar ou deixar-se tocar, não se limitando a ouvir de forma que o(s) reduza à rotina.