Fantasia de Optimismo
Beleza do Carnaval de Horácio CardozoComo ninguém leva a mal, suponho que, por uma vez e neste período, me seja perdoada a candura com que, excepcionalmente o vejo. Se costumo invectivá-lo por achar que não é preciso inventar desculpas para as pessoas se tornarem piores, já bastando o que basta, cingindo-nos à exibição da beleza dos corpos femininos, com o colorido inerente, há que reconhecer-lhe a aptidão a abstrair do cinzentismo da vida do resto do ano, em que as partidas são muito mais duras do que a de formas que não correspondam aos nossos devaneios, onde as máscaras de todos os dias são defesa e duplicidade, mais do que catapulta que projecte encaixes no desejo.
Irreconhecível que me julgo ter tornado com o disfarce de optimista, dou aos que o são todos os dias a possibilidade de entrarem numa mascarada que os faça diferentes, com o poema de Silva Bastos:
CARNAVAL
Carnaval da alegria, das risotas,
Dos assaltos, dos bailes e saraus;
dos palhaços que davam cambalhotas,
E dos «chés-chés» que se fingiam maus;
Das mamãs e meninas mascaradas
De ciganas, minhotas e varinas;
E as ruas sem sol, todas fechadas
Num autêntico céu de serpentinas;
Deixa-te estar tranquilo e sossegado
Porque ao Passado já ninguém regressa!
Não perturbes a calma do Chiado...
Carnaval! Carnaval! Passa depressa
E põe de lado a máscara do engano!
Para tormento, em alta sombra erguida,
Bem basta o Carnaval de todo o ano:
Esta dança da luta pela vida!
Irreconhecível que me julgo ter tornado com o disfarce de optimista, dou aos que o são todos os dias a possibilidade de entrarem numa mascarada que os faça diferentes, com o poema de Silva Bastos:
CARNAVAL
Carnaval da alegria, das risotas,
Dos assaltos, dos bailes e saraus;
dos palhaços que davam cambalhotas,
E dos «chés-chés» que se fingiam maus;
Das mamãs e meninas mascaradas
De ciganas, minhotas e varinas;
E as ruas sem sol, todas fechadas
Num autêntico céu de serpentinas;
Deixa-te estar tranquilo e sossegado
Porque ao Passado já ninguém regressa!
Não perturbes a calma do Chiado...
Carnaval! Carnaval! Passa depressa
E põe de lado a máscara do engano!
Para tormento, em alta sombra erguida,
Bem basta o Carnaval de todo o ano:
Esta dança da luta pela vida!
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