terça-feira, 15 de julho de 2008

Destino de Um Homem

No dia de Rembrandt apliquei-me na leitura da tese conscienciosíssima de Georg Simmel, a qual diz residir a especificidade inovadora do Génio Holandês na representação das figuras na sua totalidade supra-temporal que sugere enquadradas no respectivo Destino, face à Arte Antiga que isolaria um momento biográfico específico, mesmo quando representativo do Homem, tal como a Psicologia faz, ao seleccionar um aspecto como resumo da Personalidade.


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Vai ao ponto de, sempre com solidez especulativa, dar a transmissão das Essências no trabalho do Mestre de Leida, sobretudo nos desenhos, como a individualização extrema decorrente da atomização, contrariamente ao ensinamento e aceitação neo-platónicos que quereriam cada representação de um vulto humano partícipe do Belo como património se não comum, ao menos comunicável.


Foi tendo presente esta elevada mas artificiosa analítica que deparei com uma vontade tremenda de regressar a um dos trabalhos do Mestre aniversariante, o Filósofo Lendo, menos por o anonimato e a rigidez do personagem cortarem algo rente a aplicabilidade da tese, muito principalmente pelo protagonismo que o livro toma; e pela condição pensadora do retratado ser muito menos limitada na conceptualização do Destino, que pode e deve encarar numa universalidade liberta da concretização que cada biografia ilustra. Por muito bom que o comentário seja, a Obra que o motivou é sempre superior. Até quando boomerang pouco dócil contra a edificação de um sistema.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pregunta off- topic al gran "O Réprobo": ¿Tienes en tu extraordinaria Biblioteca algún libro de la egiptóloga Violaine Vanoyeke?
Ab.

O Réprobo disse...

Meu Caro Filomeno,
envergonhas-me, Querido Amigo. Não só não tenho, como não consigo, de repente, desenterrar qualquer referência. Fui ao Google e desconheço por completo os títulos lá citados.
Abraço