segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Grande Fita

Nunca conseguiria assistir ao parto de uma Mulher minha, mas nada tenho contra os que conseguem e gostam, Trata-se somente da minha incapacidade em conviver com situações em que nada possa fazer para minorar a dor, o esforço ou o estado indefeso de quem estime. Outra coisa porém é o anúncio público de que Brad Pitt cortou o cordão umbilical dos filhos, depois de ter assistido ao espectáculo do nascimento deles. O que poderia passar por uma deferência da equipa de saúde que acompanhou o nascimento, tornada pública, mostra-se uma inauguração empreendida por vulgares corta-fitas, nada a ver com a elite homónima do Blogue.
E se um dia o divórcio surgir, como poderá ele defender-se da acusação de tudo ter feito para separar a Mãe e os filhos?

21 comentários:

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

concordo consigo, há momentos solitários e esse é um deles.

beijinho

fugidia disse...

Não percebo, Rép.: está contra ele ter assistido ao (espectáculo? hum... não gostei da expressão) parto e ter cortado o cordão ou contra estes factos terem sido dados a conhecer ao público?

A opção de assistir ao parto de um filho por parte do pai deve ser tomada por ele e pela mãe. Nem todos querem/conseguem e isso deve ser respeitado pela mãe. Nem todas as mães querem, e isso deve ser respeitado pelos pais.
Eu gostaria de ter tido ao meu lado quem participou comigo na "obra-prima" que são as minhas filhas :-) ou, pelo menos, alguém que me desse a mão e sorrisse naqueles momentos (jno primeiro caso foram horas e horas - risos).
Quando e se as minhas filhas tiverem um/a filho/a, se não estiver o pai da criança ao lado delas e se elas quiserem, será uma honra e um orgulho para mim partilhar esse momento que é o milagre da vida.
É por isso que sorrio de quem o fez e conta, com um sorriso de orelha a orelha, seja o João da esquina ou o Brad Pitt.

Beijinho de boa noite :-)

fugidia disse...

P. S.
Está melhor, Rép.?
Espero que sim!
:-)

Anónimo disse...

Caro Réprobo, com a sua permissão, comentarei o seu post, respondendo simultaneamente à nossa estimada Fugidia. Primeiro, para lhe dizer que não assisti ao parto de nenhum dos meus filhos, pelas razões que menciona, para além de outras que não são para aqui chamadas. Depois, e sorrindo, não consigo deixar de pensar na ironia do acto de cortar o cordão umbilical que, per si, dava matéria para outro post. Um escriba como o meu amigo, poderia dar-se como voluntário. Ao cortar separa-se uma mãe de um filho que seriam para sempre separados se não fosse cortado. Por fim, para discordar da Fugidia. Assistir ao parto é uma decisão apenas de uma pessoa. O pai. Ou o conjuge ou companheiro (ou companheira), para ser politicamente correcto.

Beatriz disse...

hahahahha, Rép só você!
Não assistiria? Pois os meus dois foi ele , o pai, quem cortou o cordão e deu o primero banho. Lindo! Vc disse assistiria, ainda há tempo! beijinhos

CPrice disse...

Querido Paulo, brilhante a sua interpretação como sempre.
E de facto, que nunca o Pai seja acusado de tudo fazer para separar Mães e Filhos, coisa comum, infelizmente, nos dias que correm, às vezes disfarçada de outras nuances mas ainda assim.
Quanto ao estar ou não estar presente, concordo em tudo com a Querida Fugidia .. a decisão de tal presença num momento único na vida de todos, pertence aos dois.

fugidia disse...

Rép., com sua licença, deixe-me dizer uma coisita ao Mister Mike, sim?

Mister,
pertence aos dois :-)
O pai pode querer e a mãe não...
(ah, falemos de mãe e pai; não sei se sabe, não temos que ser casados ou viver em união de facto para ter filhos - muitos risos)

Rép., beijinho de bom dia :-)

O Réprobo disse...

Querida Júlia,
sobretudo um momento que não precisa de ser dado ao público em geral. Antigamente as Rainhas de certos países davam à luz em público, mas isso estava para lá da individualidade familiar, pois era a felicidade do Reino expressa na continuidade que se dava a conhecer, logo aberta às vistas exteriores.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
não sei se consigo ser mais claro:
1- nunca teria a capacidade de assistir a um parto de filho meu.
2- Nada tenho contra os que o fazem, se isso melhora as vidas deles.
3- badalar o episódio do corte pelo Brad é promoção acrescida da vedeta, por isso a comparei às tesouradas das faixas nas inaugurações dos políticos. E não havia necessidade...

O Seu debate com o Amigo Mike é muito bem-vindo.
Beijinho

O Réprobo disse...

Meu Caro Mike,
ora bem, claro que a decisã acaba por caber aon pai, ainda não chegámos, julgo, ao ponto de obrigar a assistir sob ameaça de uma pistola!
Há pessoas invejáveis que encaram a coisa como sendo a mais natural do Mundo, o que até é. Mas vejo sempre no surgimento de uma vida o Extraordinário e ficar ali, sem poder meter-me, intervir para melhorar a coisa, não é para o estômago de um rapaz hiperactivo como eu (nem acredito que escrevi isto!).
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Bea,
nem pensar! Adimiro o Homem Corajoso Que Lhe coube. Mas serve o presente para anunciar a Qualquer Senhora que de mim engravide, que no contrato não entrará a contemplação desse espectáculo sofredor, por muito sofisticadas que as anestesias se achem.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Once,
o problema é se não há consenso entre ambos. Lá temos a redução de dois a um, qualquer que seja a opção triunfante. No que me respeita, seria meio caminho andado para o ataque cardíaco. A angústia da espera já basta.
Beijinho.

CPrice disse...

sempre um problema se não há consenso Caro Amigo, tem razão.

fugidia disse...

«estômago de um rapaz hiperactivo» como o Rép.?
(gargalhada)
E ainda a possibilidade de um ataque cardíaco???
(risos)

Creio, querido Rép., que qualquer Senhora que de si engravide, se dúvidas tiver, bastará encaminhá-la para esta caixinha de comentários e será ela própria a suplicar-lhe que não assista a nada e, se possível, nem fique na sala de espera :-)))

Beijinho :-)

O Réprobo disse...

E, Querida Once,
por sua vez, potencialmente transformador do que devia ser factor unificador em ameaça de incompreensão.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
é bom saber que a mensagem é forte!
Beijinho

Anónimo disse...

Pode ser sim, Fugidia, tem razão. O contexto direccionou-me noutro sentido, contudo a decisão continua a ser, e era aí que queria chegar, de uma das partes. No meu caso as mães podiam querer mas eu jamais o faria. Ora, Fugidia, eu até menciono uma companheira da mãe... aí estamos de acordo. :)

Xantipa disse...

Ri-me imenso com a sua piada final! O caríssimo Réprobo tem uma grande capacidade para encontrar estas comparações tão divertidas!
Quanto a partos assistidos por pais, não tenho opinião (não tenho filhos), mas, por curiosidade, conto-lhe que já assisti ao parto do filho de uma amiga (a irmã que eu escolheria e que o tem sido para mim) e foi uma experiência inesquecível! O marido, médico, estava nervosíssimo e chamou-me, como previamente combinado, quando ela deu entrada e passei com ela as horas da dilatação e tudo o resto.
Extraordinário!
Mas uma irmã não é um marido e compreendo os que não querem(e os que querem, claro!).
Um beijinho para si.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

..pode haver também o caso de o homem querer e a mulher querer.

O Réprobo disse...

Querida Xantipa,
mas Vocês encaram aquele processo com muito mais naturalidade, quer A que actua, quer as Espectadoras. Entre nós há muitos que não conseguem, lembro um Amigo meu, corajosíssimo noutras situações, que desfaleceu (a ver, não a dar à luz).
Beijinho

O Réprobo disse...

Aí, Querida Júlia, não há por que criar caso...
Beijinho