terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O Eu Em Pedaços

A Insignificância Congelada de Sibylle RuppertO essencial é sem cessar ameaçado pelo insignificante
René Char

Pede-me a Ana Vidal que deixe acorrentar-me à revelação de meia dúzia de insignificâncias minhas e que cusque as de mais Seis. A bem dizer, como destacar algo sem significado de maior numa pobre vidinha que, toda ela, quadra perfeitamente nessa definição? Mas finjamos que não, que este serzeco tem alguma vida para além da sua falta de sentido interior. Vamos a elas, que agora é que as são:


Detesto ver combinados o azul e o castanho, faço logo juízos definitivos sobre o gosto de pessoa que os junte, mesmo esquecendo que o Criador tem na sua obra muitos troncos de árvore enquadrados pelo Céu.
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Tenho alguma dificuldade em ver filmes de que haja lido o livro, embora a inversa não proceda. Julgo que é por ter encontrado, muito maioritariamente, desilusões na passagem para a tela e menos no outro sentido. Há excepções, como «Brideshead Revisited».
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Detesto ervilhas - exceptuando na língua de vaca estufada - ao ponto de as catar do arroz das ditas, afinal uma forma de lhes dar o arroz. Em compensação, adoro favas, o que vários Amigos consideram uma incongruência, não justificando com o burro que sou.
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Adoro o mar e a contemplação das suas cores, assim como compreendo o prazer de nadar, mas detesto a praia, por causa da malfadada areia, agravada pelos frequentadores e os bronzeadores que fedem. Já me atiram muita para os olhos, escusado me parece dar uma oportunidade para fazê-lo ao Vento a que a Nossa Amiga insiste em abrir a Porta...
Dizem Pessoas Que me querem bem dever eu viver em Nice, onde será tudo calhaus condizentes comigo até à água. Mas nunca lá pus os pés.
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Detesto Whiskey, mas adoro Baileys, passe a publicidade, talvez por a estima pela Nata, numa mente simplória como esta, descambar em literalidade. Peço sempre sem gelo, o que tem surpreendido muitos assalariados de pubs.
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Fico sempre mal quando oiço o desejo, cheio de boas intenções, muito na moda e importado dos pivots televisivos Fica(que) Bem! Bole-me com os nervos, que fazer? Nem será pelo Imperativo, que irritava os meus Pais. Psicanalisando-me um pouco, descobri que dava Benfica de pernas para o ar. Ora, mais do que já anda há longos anos... não havia necessidade.

Ufa! Acabou!
Vou fazer a maldade a

Marta

CS

RAA

Lory Boy

Exactor

Euro-Ultramarino

8 comentários:

Anónimo disse...

Ah! assim é que não!

Isto não se faz!


beijinhos Paulo

PS: não tenho outro remédio, né?

O Réprobo disse...

É. Ehehehehehehehehehehehe!
Beijinho, Querida Marta. Fico ansioso.

Ricardo António Alves disse...

É mesmo maldade a que me apetece fugir. Mas vindo de ti, ó IC, prometo ir à procura das mais insignificantes. Ab.

ana v. disse...

Obrigada pela resposta pronta, Paulo, e pela categoria da embalagem... outra coisa não seria de esperar!
E agora vou ali acima falar de beijos.
Mas deixo já um aqui.

O Réprobo disse...

Meu Caro RAA,
há que aguentar de cara alegre. Quem o consegue com a governação socrática tem embalagem suficiente para uma inofensiva corrente como esta.
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Ana,
ora, ora, mande sempre!
O estojo é melhor do que conteúdo, receio. mas é forma de nos divertirmos.
Beijinho

cs disse...

ora bem

tá feito e publicado, caro réprobo

:))

O Réprobo disse...

Querida CS,
a curiosidade devora-me, pelo que não tardarei a comparecer, com os Cinco Sentidos bem despertos.
Beijinho grato