sexta-feira, 13 de julho de 2007

A Dependência das Convicções

Tendo em conta a aura negra que rodeia a data, deu-me para confrontar duas atitudes, a religiosa e a supersticiosa, a propósito de receios recorrentes relativos à chegada de certo dia. Quando, há anos, o Senador Joe Lieberman era candidato à vice-presidência dos EUA os adversários atacaram-no, por a ortodoxia religiosa que professa o obrigar a guardar o Sábado, o que, segundo eles, no caso de o Político em questão vir a ocupar a Casa Branca, deixaria o País sem liderança numa crise despoletada nessa altura da semana.
Já José Luciano de Castro tinha um pavor confesso pela Terça-Feira, nunca nela apresentando propostas legislativas e fazendo o que podia para não ter de reunir o Conselho de Ministros.
O ponto de maior interesse reside na forma como cada um admitia ultrapassar a sua limitação. O Norte-Americano, dizendo que os preceitos religiosos a que obedecia indicavam a obrigatoriedade de excepção quando uma acção no dia interdito contribuísse para salvar vidas. O chefe Progressista admitindo forçar-se e decidir com a responsabilidade colegial se situação de emergência surgisse. Para a maioria que esteja de fora dá no mesmo. Não para os próprios, nem para aqueles que mais prezem a coerência. Pois se o eleito pelo Connecticut encontra a fundamentação da sua hipotética actuação extraordinária nos próprios princípos que o norteiam, o antigo Governante luso teria de recorrer à revogação deles. Não é diferença de desprezar, ao menos pelos que estimam a integridade.

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