quarta-feira, 11 de julho de 2007

O Hissope

Desenho de João Araújo

Não pode o Dr. António Costa queixar-se das pauladas que apanhe por ir ser entregue, pelos mandantes do seu partido, o poder sobre uma das prioridades consensuais lisboetas ao Mandatário da sua lista. Não tenho ilusões sobre a paga de favores plíticos, no mínimo, deste regime. Mas ninguém pode falar alto da posição de pureza quando tem telhados de vidro de tal fragilidade. Não passa pela cabeça de quem não for costista empedernido que se considere gravíssimo um candidato a vereador permitir um espectáculo a inofensivo cançonetista, só por ser apoiante, desvalorizando, em paralelo, designação com influência real e movimentando interesses de monta.
Não ponho a honorabilidade de Júdice em jogo. Mas, como leitor que apreciava textos antigos seus, gostaria de ver muito bem explicadinha esta nova etapa do trajecto que o conduziu do sindicalismo nacional-revolucionário ao autismo socrático de Costas ao vento. Quando mudou o nome da sua intervenção jornalística de análise política para comentário político e no momento em que se inscreveu no PSD ainda ensaiou esboços de justificação, rebuscados mas esforçados. Agora nada disto se vê. E ficam muito mal estas idas e vindas do sector privado para o público. Além de que as razões curriculares adiantadas não pegam: tratar dos aspectos jurídicos de desocupação de terrenos está muito aquém da visão global necessária a uma reabilitação da zona de Lisboa mais vedetizada. E se o critério credencial fosse a coordenação de equipas, mais valeria nomearem o Scolari..

6 comentários:

Flávio Santos disse...

Caríssimo, acabei por discorrer um pouco sobre os 5 livros que mais recentemente me passaram pelas mãos:
http://linha-horizonte.blogspot.com/2007/07/corrente-literria.html

JSM disse...

Caro Paulo Cunha Porto
Este é um dos antigos juniores de Sá Carneiro, que pelos vistos antecipou academias de Alcochete e Seixal com inesperado sucesso! Todos os seus pupilos se converteram ao euro, em euros, e portanto deixaram de ter qualquer paridade com a comunidade. Estão vocacionados para tarefas especiais, de natureza incolor, inodora, dão jeito a qualquer time que queira ganhar títulos. Desses, que está a pensar. Acresce que o nosso Júdice, honrando o apelido, adora herdar, e já não lhe chegam as lágrimas do Mondego, porque secam no estio, quer agora um estuário para chorar à vontade. Vem de borla, o que é ainda mais perigoso. Temos baba e ranho de certeza.
Um abraço.

Anónimo disse...

a água benta não aceita diabruras destas

O Réprobo disse...

Meu Caro F. Santos,
vou já para lá, beber mais essa lição.
Abraço

O Réprobo disse...

Meu Caro JSM,
essa das «margens do Mondego» foi verrinosa, ehehehehe.
Mas note-se que o problema não reside no pagamento ou ausência dele, como melhor do que ninguém sabe, sim nas dúvidas que possa despertar quanto a imparcialidade num cargo que tocará tantos interesses.
Abraço

O Réprobo disse...

Eu usei "hissope" na tradição satírica que contra outros flagelos sociais celebizou o poema a que a palavrea deu o nome