A Ronda da Noite
Tão ocupado andei ontem que nem tempo tirei, no seu dia, para homenagear Rembrandt. Faço-o agora, vampirizando-lhe título célebre de obra merecedora, tendo em vista recapitular o que para mim foi o ponto essencial do melancólico Nocturno pós-eleitoral que fomos forçados a ouvir.
Trata-se do afastamento das pessoas em relação aos políticos. Nem penso já na abstenção a caminho dos dois terços, a qual tanto pode passar por tomada de consciência da triste similitude dos partidos e seus agentes, como por Acedia, que era o pecado capital originalmente ocupante do lugar da Preguiça.
Mas o resto foi divertidíssimo: Marques Mendes a fingir que tinha muitas palmas e não podia ouvira as perguntas das jornalistas, quando o que ressoava era aplauso frouxo e nada impeditivo. Costa lançando-se numa pose de Alcaide a que só faltou o Colar, adormecendo os circunstantes com os dez passos que iria dar, erro que, inteligentemente, já não cometeu lá fora. E o Chefe dele, surpreendido com a falta de entusiasmo com que a meia dúzia de gatos pingados trazidos em excursão PSística de zonas do País mais disponíveis agitava as bandeirinhas a cada frase que debitava. O homem nunca se safou muito bem a falar para o Povo, mas que Diabo, com claque instalada sempre se esperava um pouquinho mais...
O único que gozou de aluma empatia foi Carmona, porque os apoiantes o têm por perseguido, o que se virá a confirmar ou não, judicialmente. Mas também por bode expiatório dos partidos que querem gente mais obedientezinha e alinhada, à imagem dos líderes que têm, o do Governo com um emergente da Juventude partidária, o que até ontem julgou ser-lhe alternância, fruto cuspido e escarrado do aparelho.
Marques Mendes tinha, para além das características pessoais a que evitarei aludir, uma desvantagem, mesmo para os que ainda querem dar crédito ao sistema: nunca ocupou uma pasta com substância diferente da manobra política. Ser Ministro Adjunto, e dos Assuntos Parlamentares, no actual estado de coisas, surge ao imaginário popular com todos os defeitos da Classe Política e sem que revele ao menos a preocupação com aspectos que respeitem a Portugueses longe das cadeiras do Poder. Por isso também, apesar de estar a anos-luz em termos de reconhecimento e popularidade, Marcelo difcilmente chegaria à chefia do governo.
Trata-se do afastamento das pessoas em relação aos políticos. Nem penso já na abstenção a caminho dos dois terços, a qual tanto pode passar por tomada de consciência da triste similitude dos partidos e seus agentes, como por Acedia, que era o pecado capital originalmente ocupante do lugar da Preguiça.
Mas o resto foi divertidíssimo: Marques Mendes a fingir que tinha muitas palmas e não podia ouvira as perguntas das jornalistas, quando o que ressoava era aplauso frouxo e nada impeditivo. Costa lançando-se numa pose de Alcaide a que só faltou o Colar, adormecendo os circunstantes com os dez passos que iria dar, erro que, inteligentemente, já não cometeu lá fora. E o Chefe dele, surpreendido com a falta de entusiasmo com que a meia dúzia de gatos pingados trazidos em excursão PSística de zonas do País mais disponíveis agitava as bandeirinhas a cada frase que debitava. O homem nunca se safou muito bem a falar para o Povo, mas que Diabo, com claque instalada sempre se esperava um pouquinho mais...
O único que gozou de aluma empatia foi Carmona, porque os apoiantes o têm por perseguido, o que se virá a confirmar ou não, judicialmente. Mas também por bode expiatório dos partidos que querem gente mais obedientezinha e alinhada, à imagem dos líderes que têm, o do Governo com um emergente da Juventude partidária, o que até ontem julgou ser-lhe alternância, fruto cuspido e escarrado do aparelho.
Marques Mendes tinha, para além das características pessoais a que evitarei aludir, uma desvantagem, mesmo para os que ainda querem dar crédito ao sistema: nunca ocupou uma pasta com substância diferente da manobra política. Ser Ministro Adjunto, e dos Assuntos Parlamentares, no actual estado de coisas, surge ao imaginário popular com todos os defeitos da Classe Política e sem que revele ao menos a preocupação com aspectos que respeitem a Portugueses longe das cadeiras do Poder. Por isso também, apesar de estar a anos-luz em termos de reconhecimento e popularidade, Marcelo difcilmente chegaria à chefia do governo.
4 comentários:
Dos que concorreram, algum teria de ganhar...
Quem teria escolhido, se não é indescrição?
Já sei que não votaria...
Mas suponha que votava?!
Beijinho
Querida Marta,
faz-me lembrar as minhas coleguinhas da 2ª classe "se TIVESSES MESMO de casar com uma de nós, com qual era?"...
Não votaria porque não só não o farei mais, mas, desde logo, porque sou munícipe em Cascais. A minha simpatia maior ia para Quartim Graça. No entanto, a reacção anti-partidária à volta de Carmona parece-me encerrar alguns méritos.
Beijinho
Que exagero Paulo! 2ª classe?
Se tivesse dito da 4ª...ainda lhe perdoava...
Os "nãos" sabia quais eram.
Quartim Graça?
Também embirra como eu com a Helena Roseta? apesar da candidatura dela, ter tido algumas ideias engraçadas?
Não deve é ser pelas mesmas razões.
Beijinho
Note-se que em termos de discurso o da Helena Roseta era particularmente agradável, por não acirrar as oposições, mas sim sublinhar a conveniência de unidade para enfrentar problemas concretos. Mas não gosto do passado político dela, por entender que saltar de partido não é a forma ideal de se tentar subtrair-lhes o Poder.
Quanto ao ano da brincadeira, é bigráfico, não posso alterar. Na Quarta já apanhei umas sabidonas que dissimulavam muito melhor, hihihihihi.
Eu disse "na quartA", nada de ler "no quartO".
Beijinho
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