terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Cotação do Pânico

Os Normandos de Astérix não sabiam o que era o medo e queriam encontrá-lo, para voarem. Os homens dos últimos cem anos conhecem-no demais, mas querem estar sempre em posição de aferir o nível dele a que chegaram, para impedir que o seu dinheiro voe.
Com este mote estava criada a atmosfera propícia à deificação das Bolsas de Valores, que, mantendo algum do apelo de outras mesas de jogo, servem, fundamentalmente, para determinar quantitativamente o receio público sobre certo negócio, ou a ausência dele. A memória entranhada do desastre de 1929, contudo muito mais vasto que qualquer mero crash, funciona como o choque pavloviano que amplia o terror da perda, de cada vez que uma baixa abrupta faz soar uma campainha de terror. Só assim se justifica o artificialismo de fazer manchetes jornalísticas um azar que, bem vistas as coisas, deveria ficar circunscrito ao microcosmo dos investidores.

4 comentários:

Anónimo disse...

S. O boneco ainda está de joelhos por um motivo compreensível. Muitos outros passam assim a vida a pedir que os títulos subam.

O Réprobo disse...

Ehehehehehehe, Caro Rudolfo, sei de confissões de dois arriscadores na Bolsa que integram a sorte das acções na oração diária que fazem. Deus a meter-se na Oferta e na Procura, não está mal, não Senhor.
Mas depois de ter lido que uma meretriz madrilena se benzia antes de atender cada cliente, pouca coisa me espanta.
Ab.

Capitão-Mor disse...

Como será que está o amigo George Soros???

O Réprobo disse...

Tenho cá uma peninha dele...
Ab.