Filoneísmo e Falsidade
Tenho dito e redito que acho Prodi um líder frouxo e que não gosto nem um pouco desse mais grave Berlusconi que se apresta a voltar ao leme da minha Querida Itália, por o ter numa conta de indesmentida desonestidade. As ideias de um e de outro parecem-me por igual pouco estimáveis, sobra o carácter para marcar a diferença. E é aqui que opto pelo fraco em prejuizo do indigno, pois me parece a tibieza pecado venial e pouco perigoso num País que funciona bem em autogestão. Ernâni Lopes, numa pós-graduação que percorri, dizia que nas instâncias europeias toda a gente se abismava da forma como a sociedade e economia transalpinas funcionavam, convivendo alegremente com crises endémicas que, mesmo muito menos frequentes, afundariam qualquer outra nação. E De Gasperi deu força à ideia de uma pragmática subsistência das estruturas, ao aproveitar a máquina administrativa herdada de vinte e tal anos de Mussolini, para permitir ao edifício andar por si.
Em consequência, não ligo grande coisa à crise governamental. Mas parece-me de maior interesse analisar o sumo do poema citado por um comparsa menor, Mastella, tão pouco confiável nos créditos das citações como na lisura da condução dos negócios públicos. São os primeiros versos que me lembro de ter lido da poetisa brasileira Martha Medeiros, mas acho-os lamentáveis no geral e temíveis na política. Não é necessário cair na petrificação do misoneísmo que exclui sem pensar. Mas opor-lhe o conceito inverso, o da aceitação do que se apresenta como inovador, sem crítica, para justificar convulsões, é o mais inaceitável e omnipresente princípio psicológico das Revoluções. Abstractamente considerados, sem uma determinação que se ofereça a exame, parece-me muito mais digno de confiança o apego ao hábito do que o investimento da fé no incerto que apresenta essa condição como maior credencial. Até porque muito do Novo vive da falta de memória aflitiva na Contemporaneidade. Como o Dono da A. C. Milan, que, candidamente, se põe a jeito para voltar a ser o gerente da sua Pátria. Aceitar a Moda como princípio é subverter todas as nossas referências clássicas.
Em consequência, não ligo grande coisa à crise governamental. Mas parece-me de maior interesse analisar o sumo do poema citado por um comparsa menor, Mastella, tão pouco confiável nos créditos das citações como na lisura da condução dos negócios públicos. São os primeiros versos que me lembro de ter lido da poetisa brasileira Martha Medeiros, mas acho-os lamentáveis no geral e temíveis na política. Não é necessário cair na petrificação do misoneísmo que exclui sem pensar. Mas opor-lhe o conceito inverso, o da aceitação do que se apresenta como inovador, sem crítica, para justificar convulsões, é o mais inaceitável e omnipresente princípio psicológico das Revoluções. Abstractamente considerados, sem uma determinação que se ofereça a exame, parece-me muito mais digno de confiança o apego ao hábito do que o investimento da fé no incerto que apresenta essa condição como maior credencial. Até porque muito do Novo vive da falta de memória aflitiva na Contemporaneidade. Como o Dono da A. C. Milan, que, candidamente, se põe a jeito para voltar a ser o gerente da sua Pátria. Aceitar a Moda como princípio é subverter todas as nossas referências clássicas.
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