terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Gotas de Desengano

Ai que saudades dos tempos em que as necessidades aquíferas de Lisboa eram satisfeitas pelos Aguadeiros Galegos! Formavam uma Comunidade honestíssima, trabalhadora e politicamente confiável. Informa Mário de Almeida no seu «Lisboa no Romantismo»:
Como nessa manhã, o bom rei D. Miguel estava melhor, vendeu-se muito pouca água em Lisboa. Foi em Abril de 1829. Os trinta mil galegos de Lisboa apenas se interessavam, apenas viviam, pela vida do rei.
Hoje, os que metem água só podem ser assimilados à esperteza que os detractores desses utilíssimos imigrantes lhes imputavam:
A terra é boa, a gente é tola; a água é deles e nós vendemos-lha.
Com efeito, a água é nossa, que continuamos a afogar-nos em votações. Com a diferença residindo na muito melhor qualidade da que era distribuída outrora, conforme as últimas comprovam...
E não Vos enganeis, se acaso for sugerida, como remédio, a privatização do serviço, da emergente concorrência resultarão espectáculos muito menos edificantes do que o do desenho...

12 comentários:

Capitão-Mor disse...

Personagens curiosos esses...mas os antigos limpa-chaminés colhem as minhas simpatias.

O Réprobo disse...

Ainda farei um postal sobre os trabalhadores Galegos imigrados, Meu Caro Capitão-Mor, para além dos aguadeiros.
Abraço

T disse...

Faltam os toques das badaladas,por freguesia, para os aguadeiros saberem onde ocorrer. Ou sabermos nós que a casa está a arder. Mas isso era dantes.

O Réprobo disse...

Mas a participação no compate aos fogos era apenas um dos vectores do ramo, T. Completamente ardida, tem razão, ehehehehe.
Beijinho

T disse...

Combate não é?
Lisboa tinha pouca água à época e ardido está o senhor, beijo

O Réprobo disse...

Era. O teclado troca os bb pelos pp quando escrevo muito depressa. É lerdo!
Pelo Seu Fogo?
Bj.

T disse...

Certamente que não. Sou inofensiva, bj

O Réprobo disse...

In ofensive, concordo.
Bj.

T disse...

Concorda que ainda existe pouca água em Lisboa?
Bj

O Réprobo disse...

Depende, se for tomar o Metro no Terreiro do Paço...

Mas podia haver mais, não tivessem acabado com o Valverde, substituindo-o por correntezas impríprias como a da actuação dos políticos.
Beijinho

Bic Laranja disse...

Gosto da gravura. Não prevejo que se repita nem vejo guarda que ponha a ordem na piolheira. Cumpts.

O Réprobo disse...

Meu Caro Bic,
tem muito movimento, pois.
Acerca da Guarda, caso rebentassem os distúrbios concorrenciais para que alerto, penso que teríamos de mudar a frase imortal por Victor Hugo atribuída a Cambronne "A Guarda morre mas não se rende" para "a Guarda dorme mas não se entende". O que deixaria a descrição do quadro a cargo da versão popular da réplica.
Abraço