O Seguro e o Inseguro
Só a Maiêutica deste Socrates para fazer o primeiro justificar o nome, assumindo, pela parte contrária, o medo de se embaraçar com um resultado desfavorável no referendo que já não há. Quem tem medo compra um cão, não é preciso é ficar com dez milhões deles. Para mais, não iria além de poder não botar figura, porque, já se sabe, quando se perde uma consulta popular convoca-se outra, até que as pessoas se cansem. Eu já me cansei. Logo, o X que de mim podem esperar não é o do voto, mas da recusa dele. Estamos então bem um para o outro? Não pensem nisso, nem sou pago, nem me desdigo.
16 comentários:
Por outro lado pode defender-se dizendo que não quis contrariar a posição do presidente.
Sem prejuízo desse argumento de harmonia institucional, a coisa foi mais ditada por obediência a dar ao rabinho à Chanceler Alemã, ou por aí perto.
Abraço, Caro Rudolfo
Estou como tu, Caríssimo. Está visto que o voto não resolve nada, e mesmo o "voto de protesto" por excelência (o voto em branco) é desvalorizado... Esta pandilha que partilha o poder em rotatividade só tem respeitinho pela abstenção...
Meu Caro TSantos, durante muito tempo fui lá "botar" em branco. Até que me capacitei de que isso era um reconhecimento de facto de legitimidade ao que não a tem...
Ab.
PS: já foste ao Blogue «Cocanha» vrt o post sobre as tradições de Carrazeda?
Estou inteiramente de acordo com o tsantos e consigo, caro Réprobo. Para um Governo que vive para a propaganda e o prestígio pessoal do seu líder, uma grande abstenção seria sempre vexatória, quaisquer que fossem as explicações oficiais que se lhe dessem. Pessoalmente, não me furtarei a infligir o vexame.
Querida Luísa,
para vergonha do dito desgoverno e indiferença nossa, já somos a grande maioria. A abstenção é que é o verdadeiro dever cívico.
Beijinho
Na realidade, o voto em branco deveria ser o voto de protesto por excelência... Mas acho que só funcionaria se contasse tanto como os outros votos expressos.
Na minha modesta opinião, os "brancos" deveriam contar como um partido, ocupando (ou melhor, não ocupando...) lugares no hemiciclo. No fundo, uma espécie de "maioria silenciosa"! Aposto que a adesão seria maciça, e teria ainda a vantagem de calar os argumentos daqueles que desvalorizam a abstenção como o "desinteresse" pela vida pública, etc, etc. Que acham?
Eu acharia bem, Caríssimo TSantos, até ao momento da eleição do Presidente do Grupo Parlamentar, ehehehehehe.
Ab.
Não percebo: estarias de acordo, ou não? ;-)
Claro que me congratularia, caríssimo TSantos, com a libertação de parte considerável dos ocupantes das cadeiras parlamentares. Seria preciso era prudência, para se não institucionalizar um novo partido.
Abraço
Há esse risco, sem dúvida, de institucionalização de um «partido branco». Julgo também que, perante o assanhamento propagandístico deste Governo, a abstenção só pode ser interpretada como resultado, ou de insatisfação dos governados, ou de incompetência governativa (designadamente na condução da propaganda). Em ambos os casos, representa uma tomada de posição. Pena é que a solução óptima, votar na oposição, pareça, de momento, tão desinteressante.
Querida Luísa,
partilho do desencanto com as oposições, mas a solução boa, para mim, seria a ilegalização dos partidos, fazendo-se a governação em matérias que tocassem de perto as pessoas por eleição pessoal e a das pastas das grndes afirmações do Poder da Colectividade por escolha Real.
Beijinho
Paulo e Luísa
Não creio que o risco da institucionalização do tal "partido branco" fosse assim tão grande... Ver desaparecer "cadeiras" obrigaria os nossos governantes e deputados a ouvir REALMENTE o "povo"...enquanto podiam! E além disso, esse "partido" não seria, na realidade, um partido (não tinha programa, líder e/ou "aparelho" para distribuir benesses). Apenas seria um termómetro da insatisfação dos eleitores com TODOS os partidos.
No limite, Paulo, talvez fosse o primeiro passo para a tua solução! ;-)
Se é assim, Caro TSantos, toca a branquear a democracia!
Ai! Não era isto que eu queria dizer. Por favor, saltem esta resposta, já há muito quem faça disso, não no sentido em que eu e o TSantos concordamos, claro.
Raio de língua, chata e comprida!
"Por favor, saltem esta resposta..."
Não é necessário, Caríssimo. Basta colocar aspas na palavra branquear...;-)
Crucifiquêmo-la pois em aspa(s), Caríssimo.
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