quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sofrer de Gases

Quando surgem notícias de que as consequências de encarar o etanol como alternativa energética podem vir a ser piores para a Natureza do que a própria gasolina, somos forçados a pensar ter a propaganda desta via uma filiação directa nos interesses de agricultores americanos dos Estados-celeiro Kansas, Nebraska, Dakotas e Iowa, que, inclusivamente, não reprimem a sua ambição, ao ponto de interferirem nas eleições em curso.
Claro que neste contexto a descoberta de que certa plantinha viçosa em terrenos inaproveitáveis para a plantação de cereais, é boa como o milho, melhor até, já que não sente voracidade de fertilizantes, só pode para eles ser má notícia. Todavia, tenho algum pudor em confiar tanto num vegetal cujo nome científico é panicum...

Ponho antes em cima da mesa a proposta de enveredarmos pela utilização de um combustível mais limpo, de que se descobriram reservas monstruosas, o gás natural. Já em 1920 se inventara motas movidas a gaseificado comburente,

como também automóveis! A parte superior não é um toldo, é o depósito.

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6 comentários:

Anónimo disse...

A primeira impressão que tive foi a de o calhambeque estar a fazer a mudança do divã.

Anónimo disse...

Caríssimo Amigo:

O gás natural é, apesar do nome, um dos combustíveis mais poluentes e perigosos que se conhecem. Isto por várias razões.

Com efeito, é composto principalmente por metano, ou gás dos pântanos ou das minas, que, na proporção de uma parte para oito de ar, forma o terrível grisú, que tantos mineiros tem morto em explosões. Muitas das ocorridas em prédios actualmente não são devidas a botijas, como os media se apressam a dizer, mas ao nefastíssimo gás natural.

Depois, tem uma grande percentagem de enxôfre, altamente tóxico, para além de mercaptanas leves, compostos aromáticos (não têm bom cheiro, apesar do nome) e muitos outros hidrocarbonetos não refinados.

Assim, é tão poluente quanto o crude.

Os perigos do gás natural são tantos que levaram o governo francês dos finais do século XIX a proibir a sua utilização (era importado de Lacq, nos Pirinéus).

Para além disso, o seu poder calorífico é cerca de 1/5 do do gás propano, o que leva as companhias a adicionar-lhe hidrogénio, para lhea aumentar o poder calorífico. Uma mistura de metano com hidrogénio faz parecer o incêndio do Hindenburg com um pequeno petardo...

Enfim, mas são os interesses instalados, neste caso das petrolíferas (o gás natural é tudo o que resta num poço de petróleo extinto; portanto, há que rentabilizar os que o estão).

Quanto ao etanol, há dois problemas de monta: o ambiental e o humano. Com efeito, é criminoso estar a esgotar terrenos férteis parea a produção de combustíveis, quando há tanta gente a morrer à fome.

E um pequeno pormenor técnico: Um carro convertido a etanol só funciona bem a temperaturas ambientes superiores a 30º C. Que o digam os brasileiros, quando a temperatura baixa e querem pegar os carros a álcool logo de manhã.

Um abraço.

O Réprobo disse...

Meu Caro Rudolfo,
tá a ver a satisfação e upgrading que não proporcionaria aos nostálgicos das carícias trocadas em assentos de automóveis? Ehehehehehe!
Abraço

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
muito me conta! Só passo a temer que algum político leia o Seu Sábio e Oportuno Comentário e, pensando na incandescência do gás natural, tire daí ideias para uma radical resolução dos engarrafamentos de trânsito...
Forte abraço

Anónimo disse...

O Caríssimo Amigo escreveu: «pensando na incandescência do gás natural, tire daí ideias para uma radical resolução dos engarrafamentos de trânsito...»

He, he, he, he... Isso mesmo!

Grande abraço.

O Réprobo disse...

Está o Caríssimo Carlos Portugal a ver o Dr. Costa a esturricar meia Lisboa e a usar isso como trunfo...
Ab.