terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Mudanças Pesadas

Os Americanos adoram um dito de espírito dos candidatos a que possam tornar adstrito o resto da campanha. Reagan, na reeleição, com a piada da idade de Mondale, Bentsen dizendo a Quayle que ele não era Kennedy. Até ao momento a medalha de ouro da réplica inspirada vai para John McCain, o qual, respondendo a um Romney que procurava colar-se à imagem de candidato da mudança, tão pagante a Obama no outro partido, retorquiu, aludindo à quantidade de vezes que o Mormon mudou de posição sobre assuntos-chave:
Nós discordamos em muitas coisas, mas com essa estou plenamente de acordo, você é realmente o candidato da mudança.
E nem houve do outro lado presença para responder que também o seria no sentido que segue...
O que é capaz de ter empurrado para bem longe a possibilidade.

4 comentários:

Flávio Santos disse...

Achas que McCain como candidato republicano é o cenário-pesadelo para Obama? Digo isto porque um candidato republicano mais do centro pode roubar votos moderados aos democratas, mais ainda se vier ao de cima a face mais esquerdista do "afro-americano".

O Réprobo disse...

Meu Caro FSantos,
McCain não creio que consiga muitos votosDemocratas, mesmo entre os Reagan Democrats, excepto se concorrer contra Hillary. Mas é o campeão do afecto entre os Independentes, que serão decisivos.
Obama, por outro lado, tem um discurso muito articulado, acompanho-o desde o tempo em que era Senador Estadual no Illinois, antes de ir para o Senado Federal. É um caso curioso, porque, ao contrário da retórica de outros liberais, é, sobretudo, inclusivo, não elege uma besta negra dentro da comunidade nacional, como o demagogo Edwards com as grandes empresas, ou a Clinton com os opositiores ao plano de Saúde Pública que patrocinou.
Mas ainda é cedo para falar nisso. Hoje foram reveladas sondagens que dão, nacionalmente, Huckabee à frente. E, por causa da idade e da saúde, sinto o Senador do Arizona mais apostado em conseguir a vice-presidência. Um mistério para mim é quem ganhará na Primária Republicana da Califórnia. A partir daí começo a arriscar previsões.
Abraço

Flávio Santos disse...

Obrigado pelo comentário. Desde os tempos heróicos do Misantropo que te não via partilhar tanto o que tanto conheces da política americana.
O pouco que conheço de Edwards faz-me simpatizar com o sujeito, é alguém que já fez algo pelos mais desprotegidos e não se limitou à retórica; e a sua crítica às grandes empresas é pertinente.
Abraço.

O Réprobo disse...

Meu Caro FSantos,
obrigado pela generosidade, que apenas a Amizade dita.
Quanto ao Edwards, não entres na imagem de escuteiro que ele quer fazer passar: é um demagogo de mão cheia. Foi regiamente pago, tornando-se milionário, por advogar os casos emblemáticos que o celebrizaram, o que não tem mal, é uma profissão, mas prejudica um tanto a conversa do idealismo. Pior, antes de pleitear contra as seguradoras trabalhou numa firma que as defendia, em tipo de casos bem semelhantes. Está ligado a sindicatos que, naquele País, são pouco menos do que a Mafia. E não critica os abusos do grande capital na vertente da ameaça plutocrática, tenta é devolver-lhes abstractamente o papel de papão que a generalidade da América Profunda dá como característico dos causídicos, por serem os pequenos negócios os grandes prejudicados pelos mil e um expedientes processuais e dilações deles, não as companhias poderosas que têm recursos para recorrer a melhores juristas...
Acima de tudo: usou o cancro da Mulher para a política.
Está tudo dito.
Ab.