sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A Ilusão

Pronto, a escolha ao jeito rural de reunião do Estado de Iowa nas Primárias Norte-Americanas deu os primeiros frutos, nada surpreendentes quanto aos vencedores, aqueles que emergiam, consideradas as duas últimas semanas, mas pelos números. Nos Democratas o Senador Obama conseguiu a proeza de, sendo mestiço, vencer num eleitorado em que a percentagem de População Negra é irrelevante. Um político que considero menos confiável ainda do que a média, John Edwards, ficou em segundo, relegando a Senhora Clinton para a medalha de bronze. Nem tudo neste resultado se pode atribuir à articulação e simpatia do discurso do vencedor, ou à imagem jovem do segundo classificado: Hillary, durante dois anos, andou a dizer que tinha um grande trunfo sobre a rivalidade mais directa, o conhecimento e a experiência em política externa. Ora, toda essa reputação implodiu quando, dias atrás, falando de Benazir Bhutto, confundiu reiteradamente as eleições parlamentares paquistanesas com presidenciais...
Entre os Republicanos, Huckabee mostrou que o dinheiro não é tudo, ao pôr a oito pontos de distância o milionário gastador Romney. Fala-se, aliás, de um escândalo de favorecimentos e condutas impróprias de comissões em matéria de financiamento, prestes a rebentar, que chamuscará o Mormon. A questão está em saber se nos Estados seguintes a falta de rede organizativa do inflamado orador do Arkansas não lhe virá a fazer falta e em que medida McCain, Giuliani, Thompson e... Paul(!), que conseguiram ficar acima dos 10%, virão a chegar-se à frente. Para mim, se Romney não ganhar ou o New Hamphire ou o Michigan pode dedicar-se à pesca. O primeiro, porque os Estados da Nova Inglaterra costumam favorecer em bloco os políticos de quaisquer deles, o que, à partida, anteciparia a vitória do ex-Governador do Massachusetts; no terreno da Ford e de outros gigantes industriais, porque o Pai dele o governou, tendo o actual candidato lá nascido, inclusivé.
Mas estes triunfos de não-favoritos da primeira hora, mais que não seja, contribuem para animar a malta.

4 comentários:

Flávio Santos disse...

Porquê o (!) à frente do nome de Ron Paul?...

O Réprobo disse...

Porque, Meu Caro FSantos, apesar dr ter dinheiro a rodos para gastar, a candidaura dele foi completamente proscrita pelo aparelho do Partido Republicano, essencial para edificar e olear a máquina de mensagens telefónicas de exortação de última hora e para facultar transporte e apoio a votantes que, doutra forma, não se incomodariam.
Abraço

Anónimo disse...

Ron Paul propugna "mano dura" con la inmigración ilegal......

O Réprobo disse...

Isso, mais (o retirado Tancredo) ou menos (Giuliani, Huckabee), todos, excepto Romney por pessoais telhados de vidro, é tecla que todos tocam, Caro Filomeno. A força de Paul vem da mensagem anti-impostos e anti-burocracia, próxima da dos Libertários, embora deles divergindo radicalmente em termos morais, ao condenar o aborto.
Abraço