As Relações da Mente
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Outro caso seria o efeito psíquico receado do choque. Nietzsche perante o cavalo espancado de Turim, abstendo-se do debate filosófico... E ponho-me a pensar como o baque de se ver sofredor de uma vulgaridade fortuita não poderia exercer uma influência dissuasora da elevação programática que qualquer poema é, relegando para o contismo, a mais difícil das especialidades, mas que escapa ao estalão comum apenas pela Qualidade que possa atingir, não já pela inerência transfiguradora dum registo.
Como outros colossos mostraram, o receio de si, mesmo que passageiro, era o seu maior adversário. Ainda que ultrapassável. Mas da porventura excessiva conta do Poético, como da temporária falta de aptidão para o mesmo, germinaram das melhores ficções curtas do Século. O que faz de alguns percalços circunstâncias gratas.
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4 comentários:
Sem menosprezo para a Senhora, mas Maria Kodama é quase um «acidente crepuscular» na trajectória de J.L. Borges. As verdadeiras musas foram outras, e delas é que poderia com propriedade ter-se esperado o retrato possível de uma alma peculiarmente insondável...
Meu Caro Jansenista,
que alegria vê-Lo por cá!
Sim, claro que a promoção final dos olhos ledores a Cônjuge, com a apropriação promocional da Interessada, não a guindam a estímulo criativo.
No entanto, em todas as entrevistas que tenho lido é inegável um certo desconforto de JLB quando menorizam a sua condição de Poeta, face ao ficcionismo e ensaísmo. Não trairia esta ferida?
Abraço. Olhe que estou a pensar num postal sobre uma anedota real em que são envolvidos dois Amigos Seus, do Século XVII.
Viúvas de celebridades são quase sempre abjetas. costumo brincar: sempre tem que ter um Yoko Onno;
Rép, respondi sua questão da tradução do Cole Porte lá no Compulsão, ok?
Sim Querida Bea, essa está fabulosa, a Y.O. como o paradigma da negatividade é eminentemente citável, com Autoria creditada, claro...
Já Lá vou, então.
Beijinho
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