sábado, 28 de junho de 2008

O Princípio do Fim

Quando hoje, no que foi o antigo Império dos Habsburgos, tanto à Esquerda como à Direita se reconhece a benignidade do paternalismo burocrárico do período de Francisco José, feito bom pelos que vieram depois, de todos os partidos e religiões, nacionais e estrangeiros, temos de nos interrogar se não serão as agruras vividas há quase cem anos nas regiões martirizadas um castigo pelas balas de Sarajevo, de que corre mais um aniversário.
O Assassinado Arquiduque Francisco Fernando, Herdeiro do Trono, vivia opressão pessoal muito maior do que a imaginada pelos agentes subversivos na morna administração que respondia perante Viena: casado por amor com a Condessa Sophie Chotek de Chotkowa e por tal hostilizado pelo Imperador, que queria sangue Real no enlace, viveu todas as humilhações do casamento morganático com muito menos fleuma que a sua estigmatizada esposa. Mas nunca isso, nem os autênticos episódios de guerrilha com o Chefe do Protocolo, o Príncipe de Montenuovo, muito mais intransigente do que o bondoso Soberano, o fizertam rebelar-se, ou dissidir. Tornou-se, isso sim, um maníaco da etiqueta, na tentativa de chupar dela todas as honras que pudessem minorar os vexames que considerava infligidos à bem-amada desposada, mas nunca se virou para simpatias pelos que queriam sair do domínio do Tio. Ao contrário do mimado Príncipe Herdeiro Rudolfo, nunca manifestou afecto por autonomistas, como os Húngaros, tornando-se antes um Ultra da unidade imperial.
Em 28 de Junho de 1914 A Esfinge de Belvedere caía sob os tiros de uns desmiolados que queriam fazer a Grande Sérvia, unido até na ida para outro mundo À que tão extremadamente adorava. Nos nossos dias Belgrado paga um tanto esse crime, vendo uma organização quase tão terrorista como a Mão Negra, a UE caucionar os empreendedores da Pequeníssima Sérvia. Por vezes, cá se fazendo, cá se pagam, sobretudo nos casos de devaneios de egoísmo que levam a revoltas contra autoridades tranquila e civilizadamente exercidas.

2 comentários:

Cristina Ribeiro disse...

Aquela região de Europa sempre esteve vocacionada para tão grandes desarranjos; sinas?
Beijo

O Réprobo disse...

Pois esteve, mas mas a Pax Habsburguica disciplinou sem exageros a coisa, durante algum tempo.
Beijo, Querida Cristina