terça-feira, 24 de junho de 2008

Contas do Vigário

Concepção de exame de Matemática, segundo a Equipa da Ministra Milu

O Governo é socrático e Socialista, o que sendo mútua agravante, quer dizer que gosta de ter o Povo por tolo e de igualar por baixo. Eliminar dificuldades de percurso e mérito, não já formar espíritos que as vençam é a metodologia. Que admira então esta apoteose? Talvez, pensam, a Juventude fique suficientemente amolecida para os não apear... Só que pode haver erro... nas contas. E esse marasmo impedi-la de defender os seus pretensos benfeitores quando descobrir que a Vida não oferece facilidades iguais.

10 comentários:

josé carlos disse...

Meu Caro:

Por mera curiosidade intelectual acompanhei os exames de Matemática do 9º e 12º anos. Sempre tive (nos tempos liceais) uma certa facilidade e gosto pela disciplina. Mas isto passou-se há mais de 40 anos.

Bom li os exames e fiquei ... horrorizado, embasbacado, etc, até uso a expressão da Fugidia que aqui descobri "abixornado".

Não se faz. Está-se a estragar mais uma geração. Calcule - e pode não me acreditar - que teria uma nota no exame do 12º ano próxima do 19/20. E já não estudo a disciplina há mais de 40 anos, repito.

Assim não. Trabalhar para a a estatística, meu Deus, parem com isso, se gostam das nossas crianças e adolescentes!

Há tempos (poucas semanas) numa reunião a que assisti, alguém do ME respondia a um Professor que se indignava com o "abaixar" do nível com a espectacular frase: não é baixar é adequar!!!

Parem com as adequações. Eu já vou durar relativamente pouco tempo, mas ... e os que cá ficam, vão ser sustentados por estes meninos???

Um abraço e desculpe este desabafo de alguém que foi educado para a vida real e não para a vidinha regalada, com saídas profissionais altamente interessantes, tais como caixas de supermercado e entregadores de pizzas...

Anónimo disse...

S. Há uma interpretação que indica ganhos mais imediatos com o fim de tornar mais difícil aos cidadãos conferir as contas públicas.

ana v. disse...

Acabei de almoçar com uma professora de matemática do 12º ano, que me contou que os alunos estavam furiosos com ela por ela os ter obrigado a estudar bastante e o exame ter sido facílimo. Disseram-lhe que assim era frustrante, que bastava o 9º ano para acertar em todas as questões e que, para isto, mais valia terem ido para a praia em vez de estudar para os exames...

Pensar só nas estatísticas dá nisto. Não quero pensar no que serão estes profissionais, assim tão bem preparados!

Cristina Ribeiro disse...

Um forrobodó; alguém falou em" amanhãs que cantam"?
Beijo

O Réprobo disse...

Meu Caro José Carlos,
pergunto-me se, em vez da Matemática, não será o Português que estará na raiz (não a quadrada, não sou tão mauzinho) das asneiras governativas da tutela: terão pensado que "adequações" era o mesmo que "equações"?
E dá toda a sensação de nada ser pensado. Resolveram, já não sei em que escola, integrar Xadrez nos curricula. Muito bem, é um factor de desenvolvimento intelectual. Mas com passos atrás destes, parece que querem que seja esse belo exercício a empurrar as crianças para voos matemáticos, em vez do contrário, como seria natural defender.
E nem falo já nas relações que a Matemática tem com a Lógica, na Filosofia. Muito mais chãmente, que engenheiros produziremos, sem um mínimo de preparação no campo? Espere, falámos em Engenheiros e facilidades? Alto, a coisa começa a fazer sentido, se calhar foi puro seguidismo do Querido Líder...
Abraço

O Réprobo disse...

Para isso, Meu Caro Rudolfo, também parece haver expedientes mais... imediatos, vela as notícias da Saúde.
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Ana,
pensando nas construções do Futuro que estas provas preparam, só me ocorre dizer "qualquer dia a casa vem abaixo".
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
fora de hipótese, mesmo cingindo-nos à letra. Então e as relações entre composição musical e expressão numérica? Pensemos em Bach...
Beijo

Luísa A. disse...

Caro Réprobo, a minha filha, que fez o exame nacional do 11.º ano de Matemática B, também achou muito fácil. Estes exames ainda só valem 30% da classificação final, o que significa que os professores das cadeiras têm, apesar de tudo, mais poder. Mas julgo que a ideia é que a percentagem se reforce para o lado dos exames, o que é mau. Se bem que, com a avaliação dos professores a depender dos resultados dos alunos, não sei se as notas trimestrais não sairão também um pouco «inflacionadas»… Enfim, assim se revela a «filosofia» com que se trabalha em «reformas» no actual Ministério da Educação.

O Réprobo disse...

Querida Luísa,
há muito crime ligado ao consumo de droga? Descriminaliza-se!
Há muita reprovação? Destrói-se o conceito de prova a superar.
É a felicidade de acreditar poder fazer as pessoas iguais e achá-lo desejável. Mérito e Responsabilidade? Inventonas da reacção!
Beijinho