Para Onde Vamos
Já a medida de pôr pulseiras electrónicas de localização nos bebés não me choca tanto, por eles não estarem em idade de se traumatizarem com esse forçado adorno e poderem vir a ser evitados males maiores na sequência de raptos que vêm sobressaindo dos noticiários.
Não deixa no entanto de ser material apetecível para analisar a decadência de uma Sociedade que chegou ao ponto de tratar de forma idêntica a total inocência e culpas mais ou menos graves. A terrível superstição de recear ver as coisas a preto e branco, pretendendo tratar com imerecido excesso de humanidade infractores criminais, levou a dá-los como não tão maus como isso e a substituir regimes de privação de liberdade com encarceramento, já de si pouco duros, pela pulseirinha que apenas restringe, muito limitadamente, a privacidade.
Com a aplicação dela a estrelas do Espectáculo, Lindsay Lohan e Michelle Rodriguez à cabeça, a parcialidade dos fãs fez apagar a própria reprobabilidade (sem ligações ao autor) das condutas, ao ponto de Karl Lagerfeld ter transformado em complemento de moda o acessoriozito penal.
Simbolicamente chegamos agora ao extremo de estender à indisputada ausência de pecado o que deveria ser insígnia dele. Cada vez gosto menos de uma colectividade que não separa as águas.
Não deixa no entanto de ser material apetecível para analisar a decadência de uma Sociedade que chegou ao ponto de tratar de forma idêntica a total inocência e culpas mais ou menos graves. A terrível superstição de recear ver as coisas a preto e branco, pretendendo tratar com imerecido excesso de humanidade infractores criminais, levou a dá-los como não tão maus como isso e a substituir regimes de privação de liberdade com encarceramento, já de si pouco duros, pela pulseirinha que apenas restringe, muito limitadamente, a privacidade.
Com a aplicação dela a estrelas do Espectáculo, Lindsay Lohan e Michelle Rodriguez à cabeça, a parcialidade dos fãs fez apagar a própria reprobabilidade (sem ligações ao autor) das condutas, ao ponto de Karl Lagerfeld ter transformado em complemento de moda o acessoriozito penal.
Simbolicamente chegamos agora ao extremo de estender à indisputada ausência de pecado o que deveria ser insígnia dele. Cada vez gosto menos de uma colectividade que não separa as águas.
6 comentários:
Sim, tenho que dar-lhe razão, Paulo. Não sou tão radical nem tão severa e tendo a procurar filosoficamente as causas dos desvios, ao invés de crucificá-los logo, mas concordo que uma sociedade que mistura todos os símbolos deixa de distinguir o que é louvável do que é condenável. E isso não pode ser bom.
Beijinho
E já agora, Paulo, acha mesmo que só a Kate Moss é que é esquelética? Então o que me diz da manequim da fotografia da direita?
Tudo Querer entender acaba por levar a tudo perdoar. E se o perdão pode ser sublime, direccionado a quem nos fez mal, não temos o direito de perdoar quem fez mal a outros, Querida Ana.
O problema da indistinção ds dois campos é agudíssimo e estou convencido que daí provém muita da criminalidade.
Não é ela?
Beijinho
Concordo, Rép: importa separar as águas, nestes casos. Para bem de todos.
Essa está pior que eu, valha-nos deus...
Por Amor de Deus, Júlia, é injusto comparar a pobre trinca-espinhas a um Portento de Elegância Portuense!
Bjinho
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