O Colo e o Zelo
Fiquei zonzo ao ler que um vigilante abade Boileau publicou, e 1675 um «Traité Sur Les Abuses Des Nudités de Gorge», onde defende que o seio da mulher decotada é o trono de Satanás. Com certeza que o piedoso autor veria com bons olhos qualquer tentativa de um bom Cristão para se apoderar do cadeirão em que o Maligno assenta o seu poder, desbancando-o. Será que não era um ditame puritano, mas um incentivo à vida pia?
Nestas coisas não devemos ficar pelas patentes intermédias, há que apelar para a Cabeça da Igreja, no caso o Papa Pio VI, que passeando com um cardeal, viu uma beldade com o peito muito razoavelmente exposto, onde pousava uma sumptuosa cruz de pedrarias. Tendo o acompanhante chamado a atenção para a beleza da jóia inerte, respondeu a Santidade Sábia: sim, aquela cruz é, realmente bela. Mas ainda mais é... o calvário!
A moda de hoje, embora não cesse de se reivindicar de outorgante de apelo sensual às Senhoras, tem descurado, pelas concorrentes preocupações de liberdade e conforto, este chamariz masculino sem par. Não assim a Rainha Isabel I de Inglaterra, a qual, para promover o acasalamento, momentaneamente em baixa, entre as Damas e Cavaleiros da sua corte, prescreveu às solteiras um decote... até à cintura, por assim dizer, interditando-o de todo às casadas, por querer, concomitantemente, garantir a estabilidade dos casamentos. E a si própria, digo eu, para não assustar os observadores da inovação.
Nestas coisas não devemos ficar pelas patentes intermédias, há que apelar para a Cabeça da Igreja, no caso o Papa Pio VI, que passeando com um cardeal, viu uma beldade com o peito muito razoavelmente exposto, onde pousava uma sumptuosa cruz de pedrarias. Tendo o acompanhante chamado a atenção para a beleza da jóia inerte, respondeu a Santidade Sábia: sim, aquela cruz é, realmente bela. Mas ainda mais é... o calvário!
A moda de hoje, embora não cesse de se reivindicar de outorgante de apelo sensual às Senhoras, tem descurado, pelas concorrentes preocupações de liberdade e conforto, este chamariz masculino sem par. Não assim a Rainha Isabel I de Inglaterra, a qual, para promover o acasalamento, momentaneamente em baixa, entre as Damas e Cavaleiros da sua corte, prescreveu às solteiras um decote... até à cintura, por assim dizer, interditando-o de todo às casadas, por querer, concomitantemente, garantir a estabilidade dos casamentos. E a si própria, digo eu, para não assustar os observadores da inovação.
20 comentários:
Excelente blog ! parabens ! Entrará directamente para as minhas leituras assíduas
http://catedraldapalavra.blogspot.com/
hehehehehe
De facto, andamos um pouquito esquecidas dos amplos e generosos decotes... agora é mais o umbigo à mostra ;-)
Vou ter que rever o meu guarda-roupa (risos)
Beijinho de boa noite, Rép.
:-)
eu não esqueci, adoro decotes e sou incapaz de usar golas.
ah, mas eu vim aqui dar-lhe um beijinho especial, porque me lembrei que faz hoje um ano que o conheci, ainda que virtualmente.
abraço
Caro Réprobo, há que zelar por um belo colo e não sejamos tão fudamentalistas, que o seio da mulher decotada é o lavar a vista do comum dos mortais. Já para garantir a estabilidade dos casamentos, neste caso em particular, seria mais eficaz prescrever umas palas aos cavalheiros casados.
Ora, palas não servem, que deixam olhar em frente... (risos)
O melhor mesmo é as respectivas "titulares" colocarem-lhes umas vendas, caso não tenham "atributos" superiores à concorrência...
(muitos risos)
Meu caro Diácono, parece-me que essa medida da rainha inglesa pecava por uma grave falta de visão estratégica: se os decotes generosos eram proibídos às casadas e aconselhados às solteiras, como é que os casamentos podiam estar a salvo, não me explica? Isso era entregar à concorrência todas as armas!
De facto, um bom decote é um ópimo chamariz. E não há dúvida de que, muitas vezes, será agradável à vista. E olhar e apreciar não implica necessarimente colocar em risco o casamento. Então as mulheres (ainda que casadas) não apreciam um bom exemplar do sexo masculino?! Eu cá aprecio...
Meu Caro TiagoJCS,
muito obrigado pelas Suas palavras. Considere a casa como Sua, recebê-Lo-emos sempre com muita alegria.
Volte sempre!
Abraço
Querida Fugi,
é, bem via as Meninas da Linha com essa tentação de expor o biguinho. Digamos que é uma forma de tornear a questão...
Beijinho
Ainda bem, Querida Júlia, seria crime esconder os dotes que Deus Lhe deu.
Ai, vergonha das verfonhas, raramente esqueço datas, mas é preciso que tenha alguma vez ficado ciente delas. E juro que não tinha ideia de devê-La ao Precursor. Hoje mesmo vou orar em agradecimento por Tal Benesse.
Beijinho
Querida Fugi,
já vejo as desposadas a colocarem os antolhos nos respectivos consortes e a empreenderem ima dança para ficarem sempre na linha de mira...
Venda seria complicado, pois cegaria também no que lhes respeitasse.
Bj.
Meu Caro Mike,
brilhante! Justificaria então um novo sentido, regenerador, da expressão "andar à pala"!
Abraço
Irmã em Cristo Ana,
julgo que a Soberana estaria preocupada com a promoção dos casórios e a concorrência que as de aliança no dedo pudessem fazer às desprovidas dela, inpedindo mais consórcios. Depois de dado o nó, era confiar na competência, de qualquer forma estafam formadas mais famílias, que era o que interessava à Coroa Britânica.
Beijinho
Querida HI,
pois, olhar não é pecado, salvo em certas vertentes de desafio, quand haja impedimentos.
Acerca da eficácia deste sábio desapar, não esqueçamos que foi a zona raiana da que se tornou decisiva para o Juízo de Páris, o que demonstra a essencialidade da questão, mesmo com consequências bélicas imprevistas.
Beijinho
Eu estou com a Hi: aprecia-se o que é belo, independentemente do género, desde que não se caia no mau gosto, o qual redundará da linguagem utilizada: eu sei- sou demasiado susceptível no que a isso se refere...
Beijo
LOL! Irmã em Cristo? Acho que mereci essa, Paulo...
Claro, eu estava a brincar. Para a rainha o que contava era a estatística. Até porque o adultério não desequilibrava coisa nenhuma, era praticado por todos alegremente e sem restrições. Quem se zangava cortava uma cabeça aqui, outra ali... coisa sem importância de maior!
Beijinho
Querida Cristina,
já se sabe, é a diferença entre a Arte e a grosseria. Mas isso em todos os campos, só que neste é mais fácil descambar, pela universalidade e colorações dadas ao Tema, durante séculos, que fazem muito boa gente e a quase totalidade da menos boa ter dificuldade em exergar o limite de onde se não devem esticar.
Beijo
Querida Ana,
é expressão muito cara ao RAA, que achei adequadíssima para um diácono se referir a Eminente Paroquiana...
Tem muita razão no que diz, até pela biografia materna, o Protestantismo Anglicano da primeira Elizabeth não via no matrimónio um sacramento, mas um jogo, como o bowling, em que as cabeças podiam bem ocupar o lugar das bolas.
Beijinho
Como o escritor francês Bocage também já dizia que as mulheres trazem o inferno no peito.
Se é no poema que julgo, Amigo Rudolfo, parece-me que é um concepção peitoral mais, huuuum, interiorizada.
Abraço
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