Oceanário de Nós
Em Busca do Mar de Rob GonsalvesComo dar préstimo a uma Jornada Internacional? A de hoje - dos Oceanos - não apresenta problema de maior. Começando por render justiça à Amiga que vive nas Nuvens, celebrando os barcos que das nossas costas os conquistaram, podemos ilustrar com a pintura supra, angustiante sugestão, não apenas de nos irem faltando as descobertas heróicas que nos redimam, como, menos imageticamente, de estragarmos sem rebuço os recursos naturais de um meio, o qual, se não acabará, pode ficar irremediavelmente comprometido. É na inconsciência que nos faça Cains deste Abel que ganha pertinência a consideração de um vínculo fraterno entre a Humanidade e as Águas, lembrando-nos - bem precisados nos mostramos - de o domínio das ondas só ser verdadeiramente grande quando não as agredimos irremediavelmente, isto é, quando não perdemos o dos nossos actos. De Baudelaire, traduzido por Amorim de Carvalho,
O HOMEM E O MAR
Homem, tu prezarás o mar eternamente!
o mar é o teu espelho: a tua alma sondas
no desenrolamento intérmino das ondas;
tu´alma é qual o mar, escuro abismo ingente.
Com estranha alegria abraças tua imagem,
quando te banhas nele; e estremeces ouvindo
o teu próprio rumor no seu rumor infindo
- êste eterno lamento, indómito, selvagem.
Tenebrosos vós sois, recatados, discretos:
homem, ninguém sondou as tuas profundezas!
mar, ninguém te conhece as íntimas riquezas!
tanto nos ocultais vossos meandros secretos!
E os séculos, porém, passam inumeráveis,
e vós vos combateis sem piedade e remorso,
com tal ânsia empregais na luta o vosso esforço!
lutadores de sempre! ó irmãos implacáveis!
O HOMEM E O MAR
Homem, tu prezarás o mar eternamente!
o mar é o teu espelho: a tua alma sondas
no desenrolamento intérmino das ondas;
tu´alma é qual o mar, escuro abismo ingente.
Com estranha alegria abraças tua imagem,
quando te banhas nele; e estremeces ouvindo
o teu próprio rumor no seu rumor infindo
- êste eterno lamento, indómito, selvagem.
Tenebrosos vós sois, recatados, discretos:
homem, ninguém sondou as tuas profundezas!
mar, ninguém te conhece as íntimas riquezas!
tanto nos ocultais vossos meandros secretos!
E os séculos, porém, passam inumeráveis,
e vós vos combateis sem piedade e remorso,
com tal ânsia empregais na luta o vosso esforço!
lutadores de sempre! ó irmãos implacáveis!
6 comentários:
Mas que bem se redime o "Velho do Restelo" :)
(sem que lhe negue as razões que bem advogou)
Beijo grato por ter tornado o céu ainda mais azul, onde o branco das velas está melhor que qualquer cor do ouro.
Isto é que foi aproveitar o vento, Cristina, ehehehehe.
Beijo
Nem me fale de vento, meu Caro, quando do domínio das ondas se trata. :)
Gostei de ler.
Um abraço.
Obrigado, Caro Mike. Está bom de ver, os inimigos de Uns são os íntimos de Outras, A Nossa Amiga Ana que o diga... Até fez desse soprador porteiro..
Abraço
É verdade que tenho um porteiro de luxo, Paulo, que me sopra brisas ou nortadas a pedido! Normalmente prefiro brisas, mas uma rajada ou outra de vez em quando também sabem bem, para acordar...
Beijinho
Querida Ana,
por isso lembrei o Mike de que não podemos denegri-lo... Friends of the Friends...
É uma sede de agitação compensadora, decerto, que, em dose moderada, torna mais suportável o clima.
Beijinho
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