segunda-feira, 9 de junho de 2008

De Tirar o Sono

Lady MacBeth Sonâmbula Assombrada Pela Culpa de Henry FuseliEntão a culpa era do Sr. Edison, ao inventar a lâmpada fez com que cortássemos sem piedade no período em que dormimos! Nada de nos culparmos a nós, claro, somos lá dotados de livres arbítrios e primitivismos quejandos! Aliás, desorganizado o sono, nada mais fácil, toma-se umas pílulas que evitem os efeitos primários da anarquia subsequente. Quanto aos colaterais, passarmos a realizar uma série de actividades na pele sonambulizada, que importa, se a culpa não é nossa? na mente medieval, passada para o Período Isabelino, o sonambulismo era justamente o estado em que o remorso batia mais forte. Na nossa triste idade, que pretende a todo o transe alijar as culpabilidades, é a circunstância em que se liga ao automático, de modo a não sermos responsabilizados pela falta de sentido e atrofia do prazer, infelicidades eminentemente imputáveis à farmacologia. Está mal. É que o sono dos justos era o que dispensava os químicos e não era prejudicado pela Luz.

10 comentários:

cristina ribeiro disse...

Engraçado falar na necessidade do sono, precisamente hoje, quando, porque me sinto melhor física e animicamente, o que atribuo ao facto de ontem à noite ter conseguido impor-me apagar a luz mais cedo, me acabo de fazer uma declaração de intenções para continuar a ir por aí :)
Beijo, Paulo

Beatriz disse...

Sonambulismo, insônia, sonhos, sono fizeram lembra chico buarque - ese que me faz dormir assim:
Dorme minha pequena
Não vale a pena despertar
Eu vou sair
Por aí afora
Atrás da aurora
Mais serena

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
afinal nem tudo está perdido, mas temos de concluir, pelo estudo, que a Cristina é um Exemplar Atípico. Alguém do sleepping mainstream mandaria dois comprimidos goela abaixo, porque ser sehor de si já não se usa e dá muito trabalho.
Beijo, regozijando-me com essa vitória

O Réprobo disse...

Ah, o Grande Chico! Já aqui o postei, com «João e Maria» e «Construção». Querida Bea; deixar-se embalar é uma recuperação da naturalidade da infância com a adaptação à idade adulta que a voz buarqueana encarna, ao substituir as canções que chamam o João Pestana para a pequenada. Essa é a maneira certa de nos deixarmos adormecer, sem a privação das nossas faculdades e da nossa força de vontade que se torna o recurso fácil a fármacos - soníforos, soporíferos e o Diabo a sete.
Beijinho

fugidia disse...

Ora, eu ando com tanto, mas tanto sono, que haja lâmpadas ou não, luz do sol ou não, durmo (melhor, não me importava, assim o pudesse fazer) em qualquer lugar, a qualquer hora...
Ontem, querido Rép (vergonha das vergonhas) acordei às 10 horas para tomas o pequeno-almoço, deitei-me a seguir e dormi até ao almoço e às 8 h da noite sonhava de novo com a caminha :-)))

ana v. disse...

Se é assim eu devo ser razoavelmente "justa", caro Paulo: durmo sempre com as janelas abertas (gosto de acordar com a luz do dia) e nunca tomei comprimidos para dormir. Durmo poucas horas (5 ou 6, no máximo) mas essas são bem aproveitadas.
:)

O Réprobo disse...

Querida Ana,
era também o que eu dormia na adolescência, a tropa fez-me passar a dormir as 7/8 das pessoas normais. O Médico então consultado disse que eu concentrava bem, não precisando de aumentá-las. Quem sabe se a Ana, mesmo nunca vindo a ser Militar, quando for menos nova, não passará a dormitar mais?
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
uma versão portuguesa e feminina do Rip v. W.?
Beijinho

Anónimo disse...

Fármacos, não obrigado, meu Caro Réprobo. Mesmo sendo eu um homem de pouco dormir, mas que o corpo e a mente já se habituaram. As horas de sono para mim são como os amigos. Poucas mas boas.

O Réprobo disse...

Isso é que é falar, Meu Caro Mike, não ceder à facilidade que torna a satisfação apenas acessível no imediato - e que deixa as marcas que se elencaram adicionadas à da fraqueza - é comportamento a erradicar, caso queiramos uma razão de nis congratularmos com o nosso caminho de superação.
Abraço