sexta-feira, 27 de junho de 2008

Línguas de Perguntadores

Não consigo concordar com a proposta do PP para os exames escolares. O caminho não pode ser privatizar as confecções dos mesmos, já que equivaleria a uma demissão do organismo de tutela, por a entrega a particulares não ser remédio seguro, conforme verificado na gestão hospitar, porque uma empresa do campo que visasse fundamentalmente lucro estaria ainda mais exposta ao perigo de traficâncias e contratações falseadoras e pela razão acrescida de que o monstro em que se tornou o Ministério da Educação deve justificar um poucochinho o astronómico número de funcionários. Há que entregar a tarefa aos competentes, ou, em não os havendo, substituir os que não servem.
Também não me agrada muito a criação do banco de dados com perguntas certificadas. Dependendo do acesso, com as seguranças sempre furáveis neste tempo de hackers, ainda transformaríamos as provas académicas num gigantesco

6 comentários:

Anónimo disse...

Não só não consigo, também concordar, como me sinto incapaz de entender esta ânsia, não apenas do PP, de apresentar propostas com o intuito disso mesmo, de as apresentar. Deve haver pelo menos 20 exemplos por esse mundo ou Europa fora, de como as coisas funcionam ou devem funcionar. Basta abrir os olhos, estudar, avaliar e adaptar. E depois monitorizar, reavaliar, ajustar e melhorar. Quiçá dá mais trabalho mas é mais honesto para além de, pelo menos a mim, se afigurar como mais eficaz. A educação é, porventura, o sector em que se justifica, se pode e deve, trabalhar a médio-longo prazo. A curto prazo, não brinquem com a gente. Limitem-se a aplicar as mais elementares regras de bom senso e profissionalismo, e devotem-lhe a atenção que educar merece. Como fazia quem mandava e quem ensinava no meu tempo antes de sermos modernos.
Belo post, meu Caro.
Abraço.

ana v. disse...

Toda a razão, Paulo. Era só o que nos faltava, entregar as provas de aferição a privados! Isso equivaleria, como diz, a um convite à corrupção, além de uma total desautorização de quem está lá exactamente para fazer esse trabalho. A habitual sede de protagonismo, neste caso da parte do PP (e leia-se mesmo Paulo Portas), dá nisto!
Vamos de mal a pior...
Bjs

Luísa A. disse...

Meu caro Réprobo, o ensino português pode escapar ao filtro nacional, mas não escapa ao internacional, cujos estudos nos vêm colocando, desde há uns anos a esta parte, em lugares muito baixos da escala. O critério deveria ser esse, de nos compararmos com o resto da Europa ou do mundo mais evoluído, porque a ideia de nos compararmos com nós próprios não pode levar-nos longe e propicia todo o tipo de adulterações de resultados.

O Réprobo disse...

Mei Caro Mike,
dá-me a impressão que as cúpulas deste Partido retiveram uma única ideia-força a que resolveram chamar alternativa: o Estado é sempre mau, a oniciativa privada é o Céu. Que muito do nosso Estado vai sendo mauzito, não tenho dúvida. Que privatizar melhore tudo, só não olhando para universidades e televisões. Agora renunciar a missões do Estado, a ser prosseguido às últimas consequências obrigaria a entregar a Defesa Nacional a mercenários. Haja bom senso!
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Ana,
não deixa de ser curiosa a carreira que vai fazendo a ideia de que a Frunção Pública boa é a função Pública morta. Em vez de se recrutar e treinar para ir formando uma elite absolkuta como, com contornos diferentes, se faz em Inglaterra e Itália, para salvar o País dos políticos, ou em França, para melhorar um bocadinho o nível destes, dada a porosidade entre a alta administração e a governação, por cá ou se contemporiza com os muitos inadequados, ou se grita pela abolição do modelo que eles deveriam bem servir. É só facilidades, como nos exames de Matemática.
Beijinho

O Réprobo disse...

Mas, Querida Luísa, a vergonha comparativa de que fala faz estas gentes mudar de vida?
Temo que encontrem facilmente desculpas nos "erros do Passado", quer dizer, no que raras pessoas lembram ao ponto de não comerem dessa palha.
Beijinho