terça-feira, 20 de maio de 2008

Desconversa Fi(rm)ada

Tendo em conta o que o Amigo Mike deixou da Sua autobiografia, aqui, quero postar esta homenagem, com a publicação de uma das locomotivas Garratt que Ele terá observado em Criança, já que eram a menina dos olhos do Caminho de Ferro de Benguela.
Desejaria ainda dizer o quanto o Lobito foi importante na minha própria experiência, porquanto, com escassos meses, num eclipse isolado da responsabilidade, fui pelos meus Pais metido numa avioneta que chocalhava por todos os lados, saída de Luanda para a bela cidade em que nasceu o Nosso Amigo. Como a altitude entupira os ouvidos do fedelho, fazendo-o berrar, o Piloto disse para me levarem para a cabina, para ver se as luzes me distraíam. Assim começou e findou a minha vocação aérea de pilotagem...

Entretanto, uma reflexão sobre os modos como os povos "ouvem" as máquinas. Sempre me insurgi contra impingirem aos miúdos a fantasista poucaterrapoucaterra, como ruído característico. Mas já não me revolto contra o tchoungatchounga... Isto para dizer que ainda ontem, em pleno parque estorilista, uma Ucraniana, daquelas que nos fazem duvidar da noticiada escassez de cereal, mostrava o trem ao filhote, imitando o barulho com um siuskasiuska.
Eu sei que os Ingleses, por exemplo, ensinam aos filhos a voz do cão como bufbuf, onde nós pomos AuAuAu. Mas mesmo assim... siuskasiuska para comboiadas...!?

11 comentários:

fugidia disse...

gargalhada!
está inspirado, caro Réprogo :-)))
Não conhecia, mas fiquei adepta do
"tchoungatchounga"!!!

:-)

fugidia disse...

Sorry: Réprobo!!!
:-)
(sua Fugi) :-p

Anónimo disse...

Meu Caro Réprobo, palavras me faltam, que não as encontro, para exprimir o meu contentamento e agradecimento por esta, vou chamar-lhe lembrança de tão boa e feliz memória. Do que o Meu Amigo se havia de lembrar, mas olhe, em boa hora o fez. O meu sincero e profundo obrigado. Sabia que o Lobito foi, durante muitos anos, o porto mais importante da Costa Ocidental de África? Ao CFB o deveu, e à visão dos súbditos de Sua Majestade Britânica. Termino com siuskasiuska em coboiadas alinho, sim senhor (muitos risos).
Um abraço e mais uma vez obrigado, Meu Caro.

Luísa A. disse...

Meu caro Réprobo, a propósito de comboios, também eu, como a Ana, tenho uma especial predilecção por este meio de transporte, na sua romântica versão representada em «Crime do Expresso do Oriente». É sobretudo pelo ambiente, mais do que pelo enredo, que gosto do filme; pelo luxo das instalações e pelo requinte das «toilettes». Comparativamente, os comboios modernos são bastante deprimentes. A massificação não se compraz, receio, com pequenas elevações de espírito. :-)
P.S.: E, sim, «siuskasiuska» não lembra ao diabo. Como não percebo por que razão «queijo» há-de ser «fromage»… :-D

nocas verde disse...

Caros,
Puxo a brasa e o fogareiro TODO às minhas Crias.
O Pacóio faz tchikatckicapssssssst acompanhado de muitos gestos e pulos e abanões
Lisboeta de terceira geração, esta Verde. De que me lembro? Dos autocarros verde de dois andares (não tem nada a ver, mas estou à procura das lembranças mais antigas) e dos comboios de porta manual com o senhor a gritar para entrar.

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
uma imitação algo chunga do ruído autêntico, mas que fez escola...
Beijinho

O Réprobo disse...

Meu Caro Mike,
então se a tivesse visto... coitada da moça, tão dada à Família, mas lá que desperta va a coboice...
O Lobito era um centro motor de toda a nossa presença na África Ocidental. Um dos principais membros dos corpos directivos da exploração do Caminho de Ferro era o Embaixafdor Franco Nogueira, não sei se recorda...
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Luísa,
as minhas amigas estão então a precisar de ler «Orient-Express», de Pierre Jean Rémy, que se passa nessa linha mítica.

À questão do queijo responderei, provocativamente, em post.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Nocas Verde,
faz-me mais velho do que me julgo! Então e os taxis de verdíssimo tejadilho, com o resto em preto?
Beijinho

ana v. disse...

Aqui em Sintra foi há pouco tempo restaurado e posto a circular de novo outro símbolo romântico dos carris: o eléctrico que vai até à Praia das Maçãs. Lembro-me bem, quando era miúda, de andar nele e de apanhar marmelos e laranjas pelo caminho, tão devagar ele ia.

O Réprobo disse...

Ah, Ana, também eu. Naquelas Férias Grandes em que nos instalámos no Netto, lembra-Se de eu ter contado? Era quase todos os dias.
Beijinho