Invocação de Maio
Nos dez anos da Revolução de Maio era assim. Hoje, nos oitenta e dois que faz, é mais assado. A movimentação dera-se para evitar que o fraccionamento sucessivo do País obstassem à tranquilidade das Gentes que não viviam na e da agitação política e queriam trabalhar, viver e rezar sem serem ameaçadas pelo Poder. Hoje não se vive um quotidiano homicida, por influência directa da governação. Mas aumentam as tentativas de promover divisões, ao ponto de dar como elogiáveis as políticas fracturantes. Cresce a insegurança emanada da violência criminosa, por culpa de responsáveis políticos que, se não são já mandantes, pela tibieza e boa vontade que manifestam para com os infractores, deles se tornam cúmplices. E corta-se nos direitos sociais dos que vivem do seu labor, como na simpatia, mesmo que não-praticante, que o Culto tradicional inspira. A confiança de tudo poder, até o abuso, alimenta-se de dois pilares mais apodrecidos do que os da ponte a tragédia de Entre os Rios - a Europa não deixar mudar o regime e a hierarquia militar, ao contrário da de 1926 estar domesticada. Ilusões! Bruxelas é, como factor político internacional, tão impotente como Lisboa. E aprisionar a força armada na caserna, a prazo, será apenas a maneira de fazer rebentar cortes mais violentos de reacção à doença que os partidos espalham. Mal as pessoas tenham um lampejo de como reagir.
15 comentários:
Excelente análise, Caríssimo Amigo!
Deus dê às gentes esse lampejo, essa centelha que há muito tarda.
Grande abraço.
Meu Caro Carlos Portugal,
Deus O ouça. Que tarde, ainda vá; desde que não falte!
Abraço
Excelente, meu Caro, excelente.
É óbvio que a bovinação actual impede qualquer lampejo salvífero. Até o descendente directo do Senhor D. Miguel já alinha com o "acordo ortográfico" (volta Sampayo e Melo, que falta que fazes ...)
José Carlos
Ah, não sabia dessa última, Meu Caro José Carlos.
Quanto ao problema da Reacção, a minha busca assenta em como fazê-lo sem cair em frustrações de novas composições organizativas que se deixem absorver na viciação imperante. Não sei como, de facto, o Povo manifestará a sua impossibilidade de suportar mais desmandos. Mas suspeito - e creia, não me alegro - que, quando a coisa rebentar, será muito pior para os que hoje estão na mó de cima.
Abraço
Já agora, conhece o livrito do Monsaraz, ali de baixo?
Por caridade, cortem um "m" no odtassem, que o Youtube não mo permite
O descontentamento é muito grande,sempre a crescer, sente-se no dia-a-dia, e quando assim é...; foi um tão grande descontentamento que desencadeou o movimento militar...
Beijo
...Emergente das Bandas da Cristina, não o esqueçamos.
Beijo
Antes o Maio de 1926 que o de 1968 sim.
A História pode repetir-se, de facto...E como, ao que parece, a nossa "elite" dirigente "não liga pevas" à História...é capaz de vir a ter uma grande surpresa!
Meu Caro:
Eu que tinha a "mania" que "tudo" tinha dos integralistas levei com esta agradável surpresa, do livro por si desencatado (a custo de duras penas físicas e financeiras).
Quando estiver com o Couto Viana (lá na Casa do Artista) o que prevejo possa acontecer por volta de dia 20 do próximo mês de Junho vou-lhe falar o livro.
Suponho que vai ser (também para ele) uma surpresa. E olhe que ele tem "tudo"...
Bem haja pela informação.
Um abraço
José Carlos
Apostilha: aquilo do "acordês" foi um artigo escrito em nome de SAR o Senhor D. Duarte e publicado na Revista Magazine Grande Informação de Maio. Eu guardei a "prova do delito"... Se quiser digitalizo-a e envio-lha para o seu mail.
Não tem dúvida, Caro Rudolfo, a outra foi uma revolução que deu, literalmente, com os burros na água, lembremos o título de Aron.
Abraço
Oxalá, Meu Caro TSantos, mas gostaria que fosse coisa mais controlada do que a sempre incerta rédea solta à fúria popular, com que nunca alinharei.
Abraço
Meu Caro José Carlos,
é bem verdade, foi a ruína, em todos os sentidos.
Mas então refoça-se a ideia que tinha da dificuldade em encontrar a coisa. Dia 20? Isso dá-me tempo, até lá irei copiar todo o poema, pois ser-me-ia grato que o Meu Amigo conhecesse o texto todo, assim como AMCV, pelo que abusarei, pedindo-Lhe o favor de entregar-Lhe cópia. Na antologia que referi no post Ele transcreve uma das poesias políticas de que mais gosto, a que Monsaraz redigiu sobre a Revolta de Monsanto.
E agradeço-Lhe muito a disponibilidade para me pôr a par das piruetas linguísticas da Corte no Exílio.
Abraço
"...mas gostaria que fosse coisa mais controlada do que a sempre incerta rédea solta à fúria popular, com que nunca alinharei."
Decerto que sim, só não estou a ver como, ou quem...
Pois, esse é o busílis. E que me dizes daquela indicação lá de cima, da fotografia que tirei?
Abraço
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