terça-feira, 27 de maio de 2008

O Peso da História

Pedem-me a Cristina Ribeiro e o Tiago Laranjeiro que dê conta dos 57 volumes que, ontem adquiridos, terão contribuído um pouco mais para me arrasar a coluna. Fá-lo-ei, à medida que os assimile e de acordo com o merecimento que lhes ache.
Começo com o que, fisicamente, menos pesou, embora outro tanto se não possa dizer, no aspecto espiritual. Estas 11 páginas de Alberto de Monsaraz não sei se serão raridade, mas foi a primeira vez que vi um exemplar delas. O Grande António Manuel Couto Viana não as refere na sua antologia «Poesia Monárquica Portuguesa», embora inclua nela versos posteriores - e melhores - do Autor.

Trata-se de um longo poema escrito na ressaca da implantação da República, datado de Outubro de 1910, em que as quadras tocam os pontos altos de cada um dos períodos da nossa História, durante os séculos de construção, pela Coroa. Não os transcreverei, por a dimensão de um postal não comportar. Mas posso dar-Vos a primeira e última, referentes à ruína destruidora que chegara:

Reino de Portugal, cumprem-se os fados,
Filho de heroes, baqueaste no caminho;
Vivias mal, por mal dos teus pecados,
E agora, morres misero e mesquinho

(...)

O´ desditosa Patria minha amada,
Epopeia do Povo e da Realeza,
Não tens Reis, não tens Povo, não tens nada...
Quebrou-se o encanto, Patria portuguesa!

5 comentários:

CPrice disse...

57 volumes Caro Amigo ?
Ora aí está algo que não me importava nada de imitar :) .. Parabéns e que tenha o tempo necessário para tudo saborear.
Agora entendo porque apareceu ali ao lado a frase do Hazlitt.

O Réprobo disse...

E como eles ajudam, Querida Once!
Mas deram-me cabo das costas e da bolsa, estamos aqui a olhar um para o outro, estranhamente assemelhados, eu e ela, ambos vazios, igualmente estafados!
Beijinho

Anónimo disse...

Lindo filha! E, tão verdadeiro pra quem te conhece! Segue assim, tirando vida das mortes, tão pequenas diante de tudo que podes!

Cristina Ribeiro disse...

Sim senhor, Paulo, começou muito bem a longa lista de aquisições.
Merecedor da companhia dos que já tinha lá em casa.
Beijo

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
deu-me realmente um certo prazer, dentro, claro está, do macabro da temática que originou a obra.
E, volto a dizer, não tinha ainda visto um, nestes anitos que já levo disto...
Beijo