quinta-feira, 15 de maio de 2008

Estilo Manuelino

Não há muitos dias a Júlia Moura Lopes e a Equipa do Estado Sentido homenagearam D. Manuel II, a propósito da sua aclamação, nas circunstâncias trágicas em que acedeu ao Trono. A Uma e aos Outros quero dedicar esta breve evocação de Quem também foi ilustríssimo Bibliófilo, Autor de correspondência erudita sobre o tema.

Aquando do início do seu reinado, o próprio João Chagas reconheceu a coragem de um jovem, disposto a cumprir o Seu dever, não deixando que o terrorismo se transformasse em terror. Acrescentava mesmo que, no caso dele, se lhe tivessem acabado de matar o Pai e o Irmão, não teria coragem de sair à rua.
Não me custa portanto a mim, um velho miguelista, inclinar-me perante as Qualidades de um Homem, que também viriam a ser reconhecidas por Salazar, á frente de um governo Republicano, embora anti-jacobino. Mal iniciou o respectivo consulado, honrou-Lhe o patriotismo sempre reafirmado no exílio, mormente no período difícil da Grande Guerra. Pois eu quero relembrar a sua faceta de Amigo dos Livros. E, para tanto, publico cópia do Ex-Libris que adoptou.


É minha grande felicidade possuir uma obra que, não sendo rara, é importante; e que pertenceu ao Martirizado D. Carlos, conforme se vê no monograma, antes de passar para as mãos do último Rei. Sendo a Monarquia a quintessência da continuidade, ter nas mãos volumes que sei Realmente manuseados reforça toda a vinculação à Herança do meu País, para além do próprio umbigo sujo a que a nossa época cinge o olhar. Da marca pessoal Dele salientaria a paráfrase, difícil, essa, de Luís XV. Dois Manuéis, pelo que, depois do Primeiro, Ele. Não foi o dilúvio, não, esse estaria guardado para o passo seguinte.

12 comentários:

cristina ribeiro disse...

Antes de tudo,Paulo, um grande patriota! Tivessem os nossos actuais governantes um pingo que fosse dessa grandeza, e, estou certa, Portugal teria motivos justificados de orgulho...
Beijo agradecido

O Réprobo disse...

É bem verdade, Cristina, foi esse o traço que o Grande António sublinhou, de princípio a fim. Os actuais governantes, já se sabe, têm a Pátria nos corredores de Bruxelas.

Nada a agradecer, pura justiça.
Beijo

CPrice disse...

"Não deixando que o terrorismo se transforme em terror" ..e aqui fico a render homenagem a alguém que percebeu algo que hoje em dia escapa à maioria.
Mas temos tudo para aprender com a História não é?!
Davam jeito umas aulas de revisão :)

CPrice disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Caríssimo Amigo:

Os abrileiros, republicanos e outros mundialistas querem impor à viva força uma história virtual, feita segundo as conveniências deles, de molde a tentar justificar todas as aberrações, todas as iniquidades, todas as barbaridades que professam e têm perpetrado. Uma «história», como é óbvio, totalmente diversa da realidade.

Assim, graças a Deus que há Pessoas como o meu Caríssimo Amigo, que vêem relembrar o que não pode, nem deve, alguma vez se esquecido. Principalmente que houve Homens e Mulheres de grande Honra e rectidão no governo desta Pátria, em contraste absoluto com os corruptos criminosos, republicanos e laicos que por todo o lado se pavoneiam.

Por isso, os nossos dois últimos Reis foram mortos. D. Carlos em 1908, D. Manuel II em 1932, em Londres, quase certamente envenenado com vitríolo, veneno tão do agrado da «mão negra» da Carbonária.

Para que não fizessem sombra a quem não tem qualquer Luz.

Bem dizia Otto Rahn que os governos que se adivinhavam no horizonte eram a «corte de Lúcifer»...

Um grande abraço e um Bem-Haja pela lembrança (além dos devidos parabéns pela posse de tão ilustre obra, folheada por tão nobres mãos; no sentido próprio e no figurado).

O Réprobo disse...

Querida Once, talvez daí venha também o encanto que ambos sentimos pela disciplina...
Urge fazer umas sabatinas, pois. E reabilitar o estatuto de profisional do exercício de cargos públicos, no sentido de realçar o dever e a dedicação, em vez das vaidades e das compensações medíocres de ascensões duvidosas.
Beijinho

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
folheando as páginas que passaram pelas Régias Mãos sinto algum fantasista mas bem intencionado reforço da proximidade Dos Que caíram ou foram desterrados por servirem o País. E é esse o tipo de comunhão que gostaria de transmitir aos Meus Leitores, de que o Meu Querido Amigo, desde logo, Se destacou, dando o passo em frente da sensibilidade demandada.
Bem haja e grande abraço

Marcos Pinho de Escobar disse...

Especialmente belo texto, meu Caríssimo Réprobo! A evocação de D. Manuel II, ascendido a essa sublime "quintessência da continuidade", num pavoroso baptismo de fogo e sangue preparado pelos inimigos do Altar e do Trono. Honrado e heróico Rei. E que privilégio ter nas mãos livros "Realmente manuseados"!
Um forte abraço.

O Réprobo disse...

É o que sinto, Meu Muito Caro Euro-Ultramarino! Quase os tendo a ver como relíquias, pese o perigo da heresia, sempre à espreita...
Forte abraço

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querido Paulo, n�o sei como n�o vi este post!!!

vendo a data , at� sei porqu� - desde o dia 15 que ando adoentada e tenho visto tudo "en passant"...

perd�o...

acrescento que o m�rito � todo da Cristina.

beijinho e bem querer

O Réprobo disse...

Agora, Júlia!
O que não se perdoa é que continue Doentinha. Toca a pôr-Se em grande forma, ouviu?
Beijinho & a benquerença mais exaustiva de que sou capaz

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

pois, Paulo, o meu estomago está outra vez mal...

obrigada pela força