segunda-feira, 17 de março de 2008

A Bandeirada Infernal

Os taxistas são núcleo profissional muito denegrido, por culpa de muitos biscateiros que dão mau nome à classe. Devo dizer que, havendo recentemente recorrerido, em circunstâncias pouco felizes, aos serviços de vários carros de praça, só recebi atenções e testemunhei competência.
Mas há de tudo. E quero crer que a má fama colada ao grupo desempenhou seu papel no macabro caso do quádruplo atropelamento infantil do Porto, efectuado por um verdadeiro homem do meio. Tenho como certo que a descida ao abjecto nível da delação, por parte de um colega terá nascido da vergonha e do receio de ver atribuídos à imagem de marca do grupo um abandono irresponsável do local do acidente e o subsidiário excesso alcoólico no sangue. Uma espécie de defesa da profissão, portanto, resultante da ultra-sensibilidade emergente de a ver vilipendiada.
É minha firme convicção de que a carta de condução - e não apenas a possibilidade de aceder ao ofício em questão - deveria ser retirada de vez a todo aquele que não possuísse um registo criminal limpo de certo tipo de infracções. O roubo é, sem dúvida, uma delas. Indicia que não é boa rês o seu autor e, pela mesma razão que se lhe veda o porte de (outras) armas, deveria ser-lhe interdito o de uma nada despicienda, como é um automóvel. A reinserção social regeneradora deve ser sempre procurada pelo recurso a um labor que não coloque imediata e previsivelmente em perigo a vida de inocentes.
Resta esperar que a matrícula do veículo da imagem não venha a ter aplicação próxima à Menina que se encontra em coma.

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