segunda-feira, 10 de março de 2008

Noutras Águas

Corda Sensível de MagritteA descoberta de uma contaminação das águas utilizadas no dia a dia com medicamentos vem desencadear um alerta contra várias situações: a luta contra o desperdício está a transformar o conceito de água potável em água imputável, no que a certos perigos respeita, não só para as pessoas a quem alguns remédios estejam vedados, mas, igualmente, podendo ser equacionado um problema de habituação que faça decrescer a força terapêutica quando eles sejam receitados.
É, ademais o falhanço de previsão de uma reciclagem; e logo da que deveria ter sido mais cuidadosa por versar o bem básico dos básicos para a vida. Aliás, não era coisa imprevisível, com a sobrecarga química a que a sociedade contemporânea recorre, por tudo e qualquer nada.
Caso é para dizer que estamos perante uma matéria ingerível que se desejaria muito mais aguada. Mas a escolha recai sempre onde não deve!

10 comentários:

Anónimo disse...

Olá Querido Paulo


Este assunto, diz-me muito e logo hoje que soube que tinha sido aprovado na C: M:de Sintra um projecto de condomínio onde há nada menos que dois campos de golfe, em área protegida.

O problema, é que as casas que ficam no alto, em fins de semanas e no Verão, têm habitualmente falta de água.
Não é o meu caso, que vivo na parte baixa.
Onde se irá buscar água para a rega destes dois campos de golfe?
Fazem furos? e se os fizerem irão tirar a água a todos os outros.

beijinhos

cs disse...

lá tenho eu mais uma corrente ara si, amigo rèp

:))

ana v. disse...

Querido Réprobo, que boa escolha na ilustração do seu texto: Magritte é um dos meus pintores preferidos.
E agora vamos lá ver se os seus amigos monárquicos me convencem definitivamente...
Um beijinho

Anónimo disse...

Cara Marta:

Em Sintra, geralmente vão buscar a água para os campos de golfe aos mananciais das fontes. Aconteceu com a fonte próxima dos Capuchos, aconteceu com imensas outras. Os caudais são desviados e depois dizem que as fontes não têm água por causa da seca...

Bj.

O Réprobo disse...

Querida Marta,
como sabe, Cascais também pertence ao eixo dos cortes de água recorrentes, conjuntamente com a Sua bela vila. Espero, do fundo do coração, que não botem tanto lixo farmacêutico na que nos dêem, apesar de apenas beber água engarrafada.
Beijunho

O Réprobo disse...

Vou já ver, Querida CS. Grato pela lembrança.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Ana,
gosto imenso de Magritte, porque a sua pintura, além de jogar muito mais que todas as outras, as do Surrealismo incluídas, na tensão alusiva entre tútulo e imagem, deixa, nas mais das vezes motivo de reflexão que excede a mera habilidade de intrigar.
Uno-me à Sua admiração, pois.
Beijinho

O Réprobo disse...

Mei Caro Carlos Portugal,
que coisa, não haveria fluxos alternativos em etapa menos delicada, a que recorrer?
Abraço

Anónimo disse...

Caríssimo Amigo:

Na verdade haveria esses fluxos; mas nesta descivilização economicista, procura-se o que é mais rentável... e a água das nascentes é gratuita. Assim, para o complexo que montaram no vale acima do Penedo (tendo para tal arrasado milhares de árvores desde a povoação até à estrada que liga o Pé da Serra aos Capuchos), a nascente mais próxima com caudal é a que alimenta(va) essa mesma fonte. Vi as obras, feitas «discretamente», para desviar o caudal, pois este seu amigo, tal como os tristes domingueiros, ia amiúde encher garrafões à tal fonte, já que a água era belíssima. Agora, só corre um fio, e de qualidade inferior. Contudo, mais acima, na nascente, as três bicas largas continuam a jorrar abundantemente para dentro de um receptáculo colector, que canaliza a maior parte para o dito empreendimento. Só que essa nascente é de muito difícil acesso.

Quanto à notícia do postal, dizem os adeptos das «teorias da conspiração» que muitos dos psicotrópicos são adicionados propositadamente à água, tal como faziam os sovietes nos «gulags», para manterem a população «sedada»...

Mas não sou conspiracionista a esse ponto, embora a nossa água «potável» seja infecta, com metais pesados, flúor e arsénico; mas a causa, parece, é o desleixo crónico a que estamos fadados...

Grande abraço, e continuação das melhoras da Senhora Sua Mãe.

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
arre! E não se pode afogar os responsáveis!!!???
Abraço, muito grato pelo voto.