sexta-feira, 28 de março de 2008

Esta Pressa de Agora...

Vi-me também intranquilizado pela notícia de que uma multinacional cujo nome não quero recordar está por detrás da iminente malfeitoria que consiste em pôr à venda um enlatado pronto-a-beber que, pretende, será café. Isto é inaceitável. O café é como o sexo, precisa de preliminares para saber bem, ou fica reduzido a um recurso para evitar perturbações da teNsão. Eu, que jamais (e não me chamo Lino) poria açúcar no café, adoro a calma e os movimentos circulares de mexê-lo com uma colher, um veículo de sociabilidade, para além do resto.
Desconfio de que isto venha a tornar-se em coisa pior do que a obsessão de poupar tempo, à Tio Patinhas: já estou a ver os patrões da ASAE a proporem aos fumadores um acordo, mediante o qual lhes facultariam um cigarro pronto-a-apagar, sem necessidade de fumá-lo. Uma espécie de metadona, mas duvido de que a cedessem gratuitamente.

10 comentários:

ana v. disse...

Mais uma afinidade que descubro, caro Paulo: café com açucar... jamais! Mas bem mexido... sempre.
O café é um ritual, há que cultivá-lo!

Anónimo disse...

Caríssimo: essa beberagem artificial e sem dúvida repleta de químicos nocivos nunca poderá destronar o café. Eu até sou frontalmente contra a nova «moda» do «Nespresso», que me sabe a qualquer coisa de artificial e enlatado.

Mas o facto de os portugueses gostarem de café não significa que vão a correr comprar a mixórdia enlatada. Aliás, conhecendo a falta de gosto dos américas em relação ao café (mesmo com o auxílio italiano), duvido que a coisa seja sequer bebível.

Ou, como diria a minha filha de sete anos: «Que nojo!»

Ah... nada me tira o meu expresso de café acabado de moer, tirado à antiga - e sem açúcar - numa máquina de que teimo em me desfazer!

Abraço

O Réprobo disse...

Querida Ana,
a gulodice desvirtua completamente aquele delicioso amargo que se adivinha logo pelo aroma...
E sabe tão bem o ritual de mexer o líquido, enquanto se muda de velocidade na conversação...
Beijinho, ó Afim-Mor!

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
também eu gosto de moer o meu café, pelo que o compro sempre em grão...
Ou quase, que o melhor que já provei foi misturado numa casa da especialidade, em combinação de brasileiro, são-tomense e timorense, em proporçõs que eram segredo da casa.
Quanto a essas maquinetas ambulantes, fujo delas como dos telemóveis!
E a respeito da mixórdia que nos querem inpingir: Filha do Carlos ao Poder, já!
Abraço

fugidia disse...

Veja bem, meu caro Réprobo, que apesar de não beber frequentemente, adoro o cheiro e nunca, jamais, bebo com açúcar (só de pensar até fico agoniada...)
Mas com a ASAE todo o cuidado é pouco: o melhor é arranjar depressinha uma boa máquina de café e um bom stock...
:-)

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
ainda me apreendiam a máquina, com passível de transformar-se em ninho de baratas.
O cheiro a café é tão bom que o costumo espalhar como aroma na sala fotografada lá em baixo.
Beijinho

Anónimo disse...

Querido Amigo:
Já fui uma pessoa movida a café, meu combustível, e, diferentemente de meus compatriotas, tomava-o sem açúcar. O que era visto como prova de requinte.
Só acho um terrível defeito na maravilhosa frase que periga transformar-se uma das melhores do ano, da década enfim...
"O café é como o sexo, precisa de preliminares para saber bem."

Vou divulgá-la ao infinito.
Mas, como dizia possui uma imenso e irreversível defeito: deveria ser de minha autoria;-)

Humpft!
Viva o foreplay, para maior fairplay!
beijos um niquinho ressentidos;-)
hihihi!
Meg (fugindo às ordens médicas, com prazer)
;-D

O Réprobo disse...

Ehehehehehe! Querida Meg,
que bom vê-La com forças para desobedecer ao Bata Branca e vir visitar os que de Si precisam! E logo, generosamente, dizendo gostar de uma gracinha aqui deixada!
Não lembrava já que no grande e belo Brasil se costuma beber o maravilhoso néctar... açucarado. É uma pena, realmente. É um dos meus desgostos não conseguir tomar mais do que 2 por dia - e na maior parte das vezes apenas um - porque me corta o sono. Já aqui falei que, na Faculdade, na altura das directas para os exames, um Colega meu cheou aos 27 por dia!
O foreplay está com tudo! Imagine o que é mandar goela abaixo, sem mais, uma maravilha daquelas! É como dizer, noutras circunstâncias, "já está". Ai! mas por nde estou a ir?
Beijinhos

ana v. disse...

Ou, mais exactamente, a célebre pergunta "é bom, não foi?"
Por onde está a ir, Paulo? É o que eu digo: desde a Fabiana, isto tem vindo a descambar...
:)

Meg, que bom ver-te por aqui! E com graça e energia, ainda melhor!! Diz ao teu House que os amigos portugueses são uma óptima terapia! Concordo inteiramente contigo: a frase do nosso Paulo ameaça transformar-se na melhor do ano!

beijos (divertidos) aos dois

O Réprobo disse...

Querida Ana,
eu podia penitenciar-me, falando na minha língua comprida, mas só pioraria a situação, não era?
Beijinho, perdoe-me este equilíbrio instável com a elegância em maus lençóis.
A culpa é da Fabiana!
Beijinho