Se...
"Se" é palavra que abomino. É fuga à realidade, sem a dignidade do Ideal, despromovida ao Rés do Chão de um lamento. Quando reportada a um Futuro, como no poema de Kipling, ainda poderá desempenhar alguma função enformadora. Em puro Condicional conformado com o inatingido ficamos, todavia, reduzidos à beleza pré-suicida de Sá-Carneiro, o qual bradava se ao menos eu não permanecesse aquém!..., sentindo faltar-lhe os ingredientes para brasa e Além.
Não admira portanto que corresponda ao desafio da CS com a imagem de um filme excelente, mas não para estômagos demasiado delicados, o grão de sal do cinismo possível, acompanhando respostas que desejaria honestas e versáteis, a um tempo. Em não o conseguindo resta-me o lamento do poeta que não sou.
Não admira portanto que corresponda ao desafio da CS com a imagem de um filme excelente, mas não para estômagos demasiado delicados, o grão de sal do cinismo possível, acompanhando respostas que desejaria honestas e versáteis, a um tempo. Em não o conseguindo resta-me o lamento do poeta que não sou.
Se eu fosse um mês seria… Dezembro. Por exclusão de partes: em Janeiro morreu meu Pai, Fevereiro é mês manco, Março o dos burros, Abril o das mentiras, com afirmação a 1 e reiteração a 25, Maio, Junho, Julho, Agosto os da proscrição de bivalves, já que não têm "r", Setembro o da melancolia, segundo Woody Allen, Outubro o da queda das folhas que me deprime, Novembro aquele em que nasci, coisa que gostaria de esquecer.
Se eu fosse um dia da semana seria… Sexta-Feira, com o cunho a ela dado pelo Corta-Fitas.
Se eu fosse um número seria… oito. Gostaria de pensar que deitado atingiria o Infinito.
Se eu fosse uma flor seria… amor-perfeito. Assim, sou obrigado a resignar-me à imperfeição no Amor .
Se eu fosse uma direcção seria… na de alguma ruína grega que confundisse os carteiros.
Se eu fosse um móvel seria… Sou um móvel, o meu sedentarismo ainda não raia a imobilidade. Como peça de mobília, optaria por ser aparador: gosto muito de pôr as coisas em pratos limpos.
Se eu fosse um líquido seria… Cognac. Para fazer um jogo de palavras gratificante com as opiniões das pessoas que me dissessem "caro"!
Se eu fosse um pecado seria… já o disse algures, a Preguiça, uma vez que nem constava da lista originária, o que estava era "Acedia". E porque me impediria de cometer os restantes.
Se eu fosse uma pedra seria… já sou burro que nem um calhau, não sejamos redundantes.
Se eu fosse um metal seria… ouro, desde que obtido por processo alquímico, para me sossegar quanto ao enriquecimento interior das transformações sofridas
Se eu fosse uma árvore seria… uma palmeira, por conseguir levar a minha vida até no deserto envolvente, sem perder a individualidade e chamado por todos oásis. Único perigo: fazerem de mim uma miragem.
Se eu fosse uma fruta seria… morango, para ter uma imagem que devolvesse ampliada a dos carnudos e vermelhos lábios femininos que me beijassem.
Se eu fosse um clima seria… cheio de raios e trovões, como a fala do Capitão Haddock, sem que por isso me pudessem considerar instável.
Se eu fosse um instrumento musical seria… cravo. Para prolongar cada nota e evitar ser o bombo da festa a que me acostumei.
Se eu fosse um elemento seria… eu seria ar. Gostava de ouvir alguém dizer que não poderia passar cinco minutos sem mim.
Se eu fosse uma cor seria… Azul. Para que as pessoas felizes dissessem que estava "tudo jóia e tudo... como eu".
Se eu fosse um animal seria… gato, num sentido diferente do que já sou.
Se eu fosse um som seria… o de um sino. Era maneira de ser badalado em sentido mais digno do que o das revistas de sociedade e o Povo tinha-os por anjos, coisa melhor do que permanecer anjinho.
Se eu fosse uma canção seria… «My Way». Não o sendo, limito-me a segui-lo.
Se eu fosse um perfume seria… o de que a Sharon Stone se impregne, de preferência usado como o «Chanel 5» por Marilyn, quer dizer, em duas gotinhas substitutas do pijama ou da camisa de noite. Mas não para dormir, que isso destruiria qualquer orgulho!
Se eu fosse um sentimento seria… Amizade. É coisa de que me julgo capaz. E, historicamente, apesar de traições várias, não motivou tantos cortes de cabeça como a Fraternidade.
Se eu fosse um livro seria… um dicionário. Para ver toda a Gente confiar no meu significado.
Se eu fosse uma comida seria… Esparguete à Bolonhesa. Além de ser maneira de gostar um pouco mais de mim do que gosto, poderia dizer que teria alguma massa, o que, na actualidade, só mentindo. E que o tempero seria tudo menos insípido.
Se eu fosse um cheiro seria… odor a café. Para lembrar as Pessoas de que sou indispensável, convencer a Fugidia de que não é tão mau assim e ser bebido aos golinhos, várias vezes ao dia, para manter uma tensão desejada.
Se eu fosse uma palavra seria... Honra. Para poder ser alguma coisa mais, apesar da suficiência Dela.
Se eu fosse um verbo seria… admirar, para me tornar um pouco melhor, pensando no Outro.
Se eu fosse um objecto seria… bengala. Única maneira de sair da minha inutilidade com alguma elegância.
Se eu fosse uma peça de roupa seria… cachecol, para transmitir calor, o que vou menos felizmente tentando com o denominado humano.
Se eu fosse uma parte do corpo seria… olhos. O voyeurisme diz-Vos alguma coisa?
Se eu fosse uma expressão seria… o sorriso melancólico mas acolhedor que gosto de imaginar-me.
Se eu fosse um desenho animado seria… o Wally Gator. Com uma pele preciosa e sempre a fugir das grades.
Se eu fosse um filme seria… fiz um teste na net, em que, dando informações sobre a personalidade, obtínhamos o "filme que éramos". Deu «Apocalypse Now». Também acho que o cheiro a vitória é algo que ardeu... como o napalm do coronel interpretado por Duval...
Se eu fosse uma forma seria… um trapézio, para ter alguém ágil pendurada em mim, recebendo aplausos por isso.
Se eu fosse uma estação seria… Inverno. Gosto do frio seco, detesto chuva e vento, sofro com o calor.
Se eu fosse uma frase seria… a de Platão quando diz:
"Cometer uma injustiça é coisa mais desgraçada do que sofrê-la"
Se eu fosse um dia da semana seria… Sexta-Feira, com o cunho a ela dado pelo Corta-Fitas.
Se eu fosse um número seria… oito. Gostaria de pensar que deitado atingiria o Infinito.
Se eu fosse uma flor seria… amor-perfeito. Assim, sou obrigado a resignar-me à imperfeição no Amor .
Se eu fosse uma direcção seria… na de alguma ruína grega que confundisse os carteiros.
Se eu fosse um móvel seria… Sou um móvel, o meu sedentarismo ainda não raia a imobilidade. Como peça de mobília, optaria por ser aparador: gosto muito de pôr as coisas em pratos limpos.
Se eu fosse um líquido seria… Cognac. Para fazer um jogo de palavras gratificante com as opiniões das pessoas que me dissessem "caro"!
Se eu fosse um pecado seria… já o disse algures, a Preguiça, uma vez que nem constava da lista originária, o que estava era "Acedia". E porque me impediria de cometer os restantes.
Se eu fosse uma pedra seria… já sou burro que nem um calhau, não sejamos redundantes.
Se eu fosse um metal seria… ouro, desde que obtido por processo alquímico, para me sossegar quanto ao enriquecimento interior das transformações sofridas
Se eu fosse uma árvore seria… uma palmeira, por conseguir levar a minha vida até no deserto envolvente, sem perder a individualidade e chamado por todos oásis. Único perigo: fazerem de mim uma miragem.
Se eu fosse uma fruta seria… morango, para ter uma imagem que devolvesse ampliada a dos carnudos e vermelhos lábios femininos que me beijassem.
Se eu fosse um clima seria… cheio de raios e trovões, como a fala do Capitão Haddock, sem que por isso me pudessem considerar instável.
Se eu fosse um instrumento musical seria… cravo. Para prolongar cada nota e evitar ser o bombo da festa a que me acostumei.
Se eu fosse um elemento seria… eu seria ar. Gostava de ouvir alguém dizer que não poderia passar cinco minutos sem mim.
Se eu fosse uma cor seria… Azul. Para que as pessoas felizes dissessem que estava "tudo jóia e tudo... como eu".
Se eu fosse um animal seria… gato, num sentido diferente do que já sou.
Se eu fosse um som seria… o de um sino. Era maneira de ser badalado em sentido mais digno do que o das revistas de sociedade e o Povo tinha-os por anjos, coisa melhor do que permanecer anjinho.
Se eu fosse uma canção seria… «My Way». Não o sendo, limito-me a segui-lo.
Se eu fosse um perfume seria… o de que a Sharon Stone se impregne, de preferência usado como o «Chanel 5» por Marilyn, quer dizer, em duas gotinhas substitutas do pijama ou da camisa de noite. Mas não para dormir, que isso destruiria qualquer orgulho!
Se eu fosse um sentimento seria… Amizade. É coisa de que me julgo capaz. E, historicamente, apesar de traições várias, não motivou tantos cortes de cabeça como a Fraternidade.
Se eu fosse um livro seria… um dicionário. Para ver toda a Gente confiar no meu significado.
Se eu fosse uma comida seria… Esparguete à Bolonhesa. Além de ser maneira de gostar um pouco mais de mim do que gosto, poderia dizer que teria alguma massa, o que, na actualidade, só mentindo. E que o tempero seria tudo menos insípido.
Se eu fosse um cheiro seria… odor a café. Para lembrar as Pessoas de que sou indispensável, convencer a Fugidia de que não é tão mau assim e ser bebido aos golinhos, várias vezes ao dia, para manter uma tensão desejada.
Se eu fosse uma palavra seria... Honra. Para poder ser alguma coisa mais, apesar da suficiência Dela.
Se eu fosse um verbo seria… admirar, para me tornar um pouco melhor, pensando no Outro.
Se eu fosse um objecto seria… bengala. Única maneira de sair da minha inutilidade com alguma elegância.
Se eu fosse uma peça de roupa seria… cachecol, para transmitir calor, o que vou menos felizmente tentando com o denominado humano.
Se eu fosse uma parte do corpo seria… olhos. O voyeurisme diz-Vos alguma coisa?
Se eu fosse uma expressão seria… o sorriso melancólico mas acolhedor que gosto de imaginar-me.
Se eu fosse um desenho animado seria… o Wally Gator. Com uma pele preciosa e sempre a fugir das grades.
Se eu fosse um filme seria… fiz um teste na net, em que, dando informações sobre a personalidade, obtínhamos o "filme que éramos". Deu «Apocalypse Now». Também acho que o cheiro a vitória é algo que ardeu... como o napalm do coronel interpretado por Duval...
Se eu fosse uma forma seria… um trapézio, para ter alguém ágil pendurada em mim, recebendo aplausos por isso.
Se eu fosse uma estação seria… Inverno. Gosto do frio seco, detesto chuva e vento, sofro com o calor.
Se eu fosse uma frase seria… a de Platão quando diz:
"Cometer uma injustiça é coisa mais desgraçada do que sofrê-la"
E passo o interrogatório, com o grau de tortura que queiram,
à Ana Vidal
à Fugidia
à Once In a While
à Meg
ao João Távora
24 comentários:
PASSOU-SE!!!
Está apaixondado...
Trriim Trriim Trriim Trriim
lindo . Gostei muito.:))
Ola PCunhaP
Em boa hora netrei hj de novo no afinidades.~
Está muito gira a sua lista
nalgumas como no azul ,na cor
do mar
th a mesma escolha.
Cumprimentos
para alem do Horizonte
sem Horizonte -divisoria
A.M.
Tu metes-me em cada uma... Vou ver como me safo. :-)
Ainda bem, Querida CS. Por todas as razões e mais algumas é sempre bom saber que a obra satisfez o/a Cliente.
Beijinho
Meu Caro João,
todos estamos ávidos de saber mais de Ti. Executei apenas o mandato (e mandado, já agora) de uma Audiência.
Abraço
Ooooh!!!!!
Mas isso é lá coisa que se faça?
O Réprobo escreveu tão ricamente que agora além de tortura há a intimidação.
Fico encantada com a lembrança e aterrada com a perspectiva de parecer ser;-) de uma sensaboria total.
Putz! logo eu que sou tão vaidosa;-) com a Aniuska e os demais, não chego sequer à partida.
O Réprobo é um torturador consumado.
Vá lá, beijinho, quand même;-)
Meg
Caro Réprobo,
saiba que vou já a correr escrever: me aguarde :-)
Mas saiba ainda que gosto do cheiro e do sabor (sem açúcar, atenção) do café: não gosto é muitos dos efeitos dele em mim - fico sem dormir :-)))
Já está: missão cumprida :-)
Querida Meg,
qual intimidação! Tenho a certeza de que a Sua bela prosa e Espírito brilhante nos deliciarão.
E, perdão pela perninha que fiz no ofício de algoz, mas estes interrogatórios têm piada, para nos coonhecermos melhor.
Beijinho. Fico expectante
Qurida Fugidia,
estou cheio de curiosidade em ver as respostas. Quanto ao probleminha de que fala, eu sofro do mesmo: adorando café, só posso beber um por dia, o do almoço, ou, no máximo, dois, se cortar com uns copos, à noite. Caso contrário fico sem conseguir pregar olho.
Beijinho
Ena, que Rápida! Vou já ver.
Bjinho
Já sabe, caro Réprobo: o verbo é correr... :-)))
Gostei da ideia do livro e do objecto... Vexa é um humorista requintado, não há dúdica :-)
Vossa Graça é que é demasiado Generosa. Mas olhe que não menti,em qualquer dos dois.
Beijinho
PS: E quem o faz por gosto não cansa.
Já lá está Caro Paulo. Espero não desmerecer a encomenda!
Vou já ver, Meu Caro João. Tenho a certeza que saiu obra estimabilíssima, como o Autor.
Abraço
Querido Réprobo:
Vou demorar um pouquinho. Só um pouquinho.
No momento, estou em câmera lenta. Bem sabe, estou com forte gripe.
Não vá pensar que estou a ganhar tempo.
Por acaso, já agora que me atribui tais qualidades, que não tenho, fico... bem, o caso é que sairá, sairá;-)
E a a Ana?
beijinhos.
Querida Meg,
o tempo que quiser! E quanto às qualidades indesmentíveis, nós é que sabemos.
Recupere da gripalhada depressa, aí é que não pode haver demora!
A Ana já prometeu resposta na «Porta...».
Beijinho
Amigo Réprobo .. mal, muito mal consegui escrever algo sobre o Se .. não concretamente aquilo que se pretende com o jogo, mas de concreta por aqui há muito pouco ;)
Obrigada por este convite.. gostei de o ler.
Muito obrigado, Querida Once In a While, vou já ver. E tenho a certeza de que ficou óptimo.
Beijinho
"Se eu fosse um mês seria… Dezembro."
Boa escolha...;-)
Ab
Meu Caro TSantos,
Jesus, Franco... é extraordinário, tenho a cereza de que há mais Alguém... Mas Quem poderá ser?
Huuum, huuum...
Abraço
Sim, quem poderá ser?...
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