Boys And Girls
Muito instrutiva a leitura de uma autobiografia, com um nome que vai a matar, sendo o Autor um músico. De Bruno Walter, «Theme and Variations». Como se sabe, o grande Maestro Mozarteano foi um activo militante da Social-Democracia, numa época em que ela era muito marxisticamente mais assanhada do que hoje. Daí o valor do seu relato, versando o comportamento das elites no Império Austro-Húngaro, tão oposto à distribuição de jobs à clientela que o PS de cá levou a um paroxismo bem conhecido.
Conta o memorialista que, sendo Director da Ópera da Corte, Mahler foi abordado pelo Chefe da Casa do Imperador, o Príncipe de Montenuevo, no sentido de empregar na Instituição uma cantora pela qual se interessava uma Alta Personagem, tendo a pretensão merecido a concordância de Francisco José. O demandado recusou, por critério artístico e, perguntado se para ele não contavam interesses tão altamente colocados, respondeu que certamente se conformaria a tais vontades, desde que recebesse uma ordem do Soberano.
Oiçamos o resto:
Montenuevo disse a Mahler que tinha dado ao Imperador um relatório verbal das suas palavras e que o velho cavalheiro respondera: "Bem, com certeza que eu não ordenarei uma coisa dessas!". E assim Mahler triunfou numa questão a que atribuía a máxima importância.
Tal qual a persistência do compadrio partidocrático que conhecemos...
Conta o memorialista que, sendo Director da Ópera da Corte, Mahler foi abordado pelo Chefe da Casa do Imperador, o Príncipe de Montenuevo, no sentido de empregar na Instituição uma cantora pela qual se interessava uma Alta Personagem, tendo a pretensão merecido a concordância de Francisco José. O demandado recusou, por critério artístico e, perguntado se para ele não contavam interesses tão altamente colocados, respondeu que certamente se conformaria a tais vontades, desde que recebesse uma ordem do Soberano.
Oiçamos o resto:
Montenuevo disse a Mahler que tinha dado ao Imperador um relatório verbal das suas palavras e que o velho cavalheiro respondera: "Bem, com certeza que eu não ordenarei uma coisa dessas!". E assim Mahler triunfou numa questão a que atribuía a máxima importância.
Tal qual a persistência do compadrio partidocrático que conhecemos...
8 comentários:
É por estas e por outras que o teu (nosso) blog é censurado...Há verdades que custam muito a ouvir, parece...Eh,eh,eh!
Ab
PS: Já agora, um comentário "off-topic": conheces o blog "passoslivres"? Foi inaugurado agora e é da autoria de um grande Amigo nosso (adivinha quem!). Faz-lhe uma visita!
Olha lá, agora és censurado?
Mas isso é uma medalha!... Já estou como o Agecanonix: censurem-me!! exigo que me censurem!!
Ab.
Meu Caro TSantos,
já vi, já comentei, já botei faladura sobre a Novidade, logo aí em cima.
E Tu?
Claro que as «Afinidades...» são mais do que Tuas, mas não vences a preguicite de fazer também um com a assinatura dos posts?
Abração, vou abrir o Champagne.
Meu Caro RAA,
estás a ver? É a glória. O pior é lembrar-me uma entrevista de Borges, em que diz ter, quando chegado ao Canadá, perguntado quem eram os expoentes da Literatura local; e obtido como resposta o nome de um poeta autor de uma ode ao Comboio. Acrescenta que ficou sem esperar coisa de maior de uma ode ferroviária.
Na mesma estou eu: uma censura de estação de trens será assim tão prestigiante? Temos de viver com aquilo que temos, mas este índice de perseguição parece-me encarrilar (ui!) pelo ridículo.
Abraço
Caríssimo
Nããã...Não tenho tempo, nem talento, para tal...Uma coisa é ir postando ao sabor da inspiração e/ou da disponibilidade. A outra, muito diferente, é conseguir conservar a regularidade necessária para manter vivo o blog. Quanto ao talento, depois de ver a qualidade dos Vossos blogs, nem me atrevo a comentar...:)
Ab
Modéstia em demasia não é virtude, grande Mandrião.
Abraço
Não é modéstia, é consciência das minhas limitações, mesmo...:)
Quem não Te conhecer que compre essa.
Ab.
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