sexta-feira, 14 de março de 2008

Os Nós e os Laços

Outra sem-razão ostensiva é a da avalanche de criticismo contra a divulgação da imagem da Mulher do Dr. António Costa na manifestação anti-governamental dos professores. Nada o justifica. Não foram facultados quaisquer dados privados, apenas a mais pública das condutas, que é uma manifestação. E o estado civil, que não me consta que seja subsumível à reserva de intimidade. Acusações de machismo e de unanimismo pretendido não pegam - a situação seria igualzinha se estivéssemos perante o desfile contestatário do marido de uma política. E, para quem ainda vote, o que não é o meu caso, pode a publicitação do facto ser um critério relevante, o de que um eleito não tenha conseguido convencer da bondade das soluções do seu partido até a pessoa a que conseguiria devotar mais tempo e pormenor de explicações, como também a que poderia, em função do afecto, mostrar-se mais receptiva à argumentação.
Na eleição presidencial de Bush um argumento pouco contestado, dizia que as pessoas que melhor conheciam Gore, os eleitores do Tennessee que representara, se aprestavam a votar, maioritariamente, no adversário. Haverá quem conheça melhor um agente político do que a sua cara-metade?
Ninguém diz que o Dr. Costa e Senhora não têm direito a amar-se muito, divergindo. O que se diz é que toda a gente tem o direito de sabê-lo, desde o momento em que eles não o tentem esconder.

9 comentários:

Anónimo disse...

É uma luta perdedora pelo manifestantismo incógnito.

fugidia disse...

Sem entrar nas questões da privacidade, em que concordo consigo, não vejo em como o facto pode ser relevante no que respeita ao convencimento, ou não, do eleito relativamente à sua cara-metade. O que é relevante, para mim (e por isso ainda bem que não o escondem), é que são ambos lutam e se respeitam nos seus diferentes pontos de vista...
Quase dá vontade de dizer: que bela prova de amor! :-)))

fugidia disse...

P. S. Por favor, retire o "são" a mais :-)

Anónimo disse...

A menos, claro, que isto tenha sido uma diabólica "manobra de diversão" dos dirigentes do PS (com a conivência dos envolvidos), para mostrar que o PS não é um bloco monolítico como os partidos à sua Esquerda (dos da Direita, já nem falo)...

O Réprobo disse...

Ó Meu Caro Rudolfo,
faltava só que o Governo pudesse mandar polícias identificar prévia ou contempraneamente os Professores que pretenderiam manifestar-se e que nós não pudéssemos saber quem é quem, a posteriori, nesses eventos!
Agora percebo toda a latitude do Direito à Informação...

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
com o grau do afecto na relação ninguém, salvo os interessados tem a ver. Pelos indícios da fraqueza de soluções aventadas, que nem fizeram valimento em quem acompanhou publicamente os políticos noutras ocasiões, pode interessar-se quem queira.
Beijinho

O Réprobo disse...

Meu Caro TSantos, isso seria diminuir a Senhora, temos de presumir que expresspu o que sentia. Além de uma congeminação dessas resultar num tiro no pé, que nem a inépcia política dominante faz crer possível.
Abraço

Anónimo disse...

Nunca ouviste falar de "idiotas úteis"? :)

O Réprobo disse...

Então não ouvi, Meu Caro TSantos? Por que é que julgas que me empenho tanto em ser um idiota inútil?!
Ab.