Meses, Palpites & Entretenimento
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Lunário? Sim, ou Almanaque, ou Reportório (até que o Teatro e o Cançonetismo açambarcaram o vocábulo), ou Camião - quando inexistiam auto-estradas -, ou Folhinha, antes de Garrett, ou Prognóstico, quando não era reservado ao final do jogo, ou Diário em acepção prévia da do eufenismo obrigatório a que a evolução semântica de gazeta obrigou, ou Endimião, como Sarrabal, ambos a merecerem inclusão num index de palavras odiosas.
Já em tempos confessei a minha dívida para com a anémica progenitura destes expoentes da leitura generalizada que nos restou. Hoje dei para reflectir sobre a possibilidade de comparar alguns blogues multifacetados a esses repositórios antigos, quer pela estrutura diarística, quer pelas efemérides, curiosidades, personagens, poesias e incidências sérias que veiculam. Um brilhante Colega nosso de outro Continente, Pip Wilson, não hesitou mesmo em avocar a designação, forjando o riquíssimo neologismo Blogmanak.
Manuel Viegas Guerreiro e João David Pinto Correia parecem eleger, entre muitas explicações aventadas, como origem do termo, a teoria expressa por Antenor Nascentes: do árabe almanakh, lugar onde a gente manda ajoelhar os camelos. Quer dizer, em que se encontra descanso da rotina. E sentar-se o bloguista em frente do computador será assim tão diferente do repouso encontrado pelos quadrúpedes carregadores de duas bossas, afinal, em certo sentido, seus congéneres?
4 comentários:
Como não tenho melões para plantar nem vinhos para trasfegar, é mais que certo que este mês me trará "maos humores" e agravará as minhas "doenças de cabeça", já de si perigosas...
Precioso Lunário, o seu, meu amigo!
Um beijinho
Querida Ana, pode dizer à vontade que este Seu pobre admirador anda no mundo da Lua...
Mas creio que a prevenção contra os males sazonais era independente da realização agrícola!
Beijinho
É que Lunário foi a designação de que mais gostei, talvez porque o mundo da Lua seja também o meu. Mas lá o solo é pobre de mais para melões e pepinos...
Querida Ana,
vejamos as coisas pelo lado positivo: não corre assim o risco de apanhar um grande melão, nem de ver chamar pepineira a juízos que expresse. E presumo que não se picará nos cardos, outrossim.
A trasfega dos vinhos é bem mais prometedora, vá por mim!
Olhe a actividade que eu declinei no profile do réprobo...
Beijinho
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