Ironutopia
A Máquina da Loucura de AleklavUfa! Diazinho extenuante, este. Passando os olhos pelas novas do dia, detenho-me nesta luta sindical contra o aumento das horas de trabalho. E salta-me ao espírito a sátira que Clément Vautel dirigiu, em 1919, aos que piamente acreditavam na irreversibilidade do decréscimo das horas de ocupação profissional dos trabalhadores. Na ressaca do Taylorism, fingindo encontrar em Jules Guesde um hino à jornada laboral de vinte minutos, encara-a como o desaguar natural das sucessivas reduções, devidas à folga que a sofisticação da maquinaria permitisse. Os resultados, contudo, não seriam brilhantes, começando pelos dentistas os quais, ao fim da vintena cronométrica legal, largariam os pacientes entregues a si próprios sem compaixão pelos gritos de dor, até aos carrascos, deixando a meio as execuções que excedessem igual período. Numa única classe não se notaria a diferença, a dos políticos parlamentares, capazes de fazer em vinte minutos o nada que faziam nos mais dilatados horários anteriores, mostrando assim à saciedade que a III República Francesa era uma gémea da Portuguesa.
Mas, na imensa mole asssalariada, o problema estaria em entreter as gentes, posto que a maioria não se mostrasse capaz de dormir mais do que dez horas. Tão premente se revelava o problema de garantir lazeres às massas, que o Ministério do Trabalho foi transformado em Ministério do Repouso; mas bibliotecas populares, aulas de educação cívica, conferências, passeios nos museus, festividades e até os mais promissores e resistentes desportos, tudo se revelava insuficiente para prover às necessidades desse sorvedouro de entretenimento!
Foi o ponto de viragem, a partir daí o movimento revolucionário passou a orientar-se sob o slogan Abaixo os Lazeres!, pelo progressivo aumento do horário de emprego, começando pela jornada de uma hora e culminando na de oito.
Irra, se o Sr. Sócrates e C.ª lêem esta ainda a integram na fundamentação das exigências contra as quais lutam os grevistas...
Mas, na imensa mole asssalariada, o problema estaria em entreter as gentes, posto que a maioria não se mostrasse capaz de dormir mais do que dez horas. Tão premente se revelava o problema de garantir lazeres às massas, que o Ministério do Trabalho foi transformado em Ministério do Repouso; mas bibliotecas populares, aulas de educação cívica, conferências, passeios nos museus, festividades e até os mais promissores e resistentes desportos, tudo se revelava insuficiente para prover às necessidades desse sorvedouro de entretenimento!
Foi o ponto de viragem, a partir daí o movimento revolucionário passou a orientar-se sob o slogan Abaixo os Lazeres!, pelo progressivo aumento do horário de emprego, começando pela jornada de uma hora e culminando na de oito.
Irra, se o Sr. Sócrates e C.ª lêem esta ainda a integram na fundamentação das exigências contra as quais lutam os grevistas...
2 comentários:
Depois de ler o post lá de cima pensei que talvez o melhor para fazer aumentar o sono das pessoas fosse obrigá-las a assistir a discursos do Fidel.
Lá isso, adicionar sete ou oito horas às dez da normal rendição a hipnos...
Mas o pobre Vautel não podia prever monstruosidades dessas.
Abraço
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