sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cores no Nevoeiro

O Strand por Bell-Smith

E Londres mudou de cor! Disputada por dois colourful characters, elegeu pela primeura vez um Mayor Conservador, largando o epíteto que partilhava com o seu autarca cessante e vencido, Livingstone, conhecido por Ken O Vermelho. Nada que não se adivinhasse, dado o Espectro. Não o cromático, o da Sombra de São Boris, de que passa o dia.
Não há, entretanto, com o que embandeirar em arco. O vencedor, Boris Johnson ganha com apelos pouco tranquilizadores, a uma juventude a quem agrada a ligeireza com que sai das declarações que faz, como as confissões pouco arrependidas de uma formação em que os narcóticos desempenharam o seu papel. Ganhou porque o adversário, em desespero de causa, caiu nos vícios da velha Esquerda a que pertence, dizendo que um seu segundo acusado de corrupção estava a ser perseguido racialmente, para logo a seguir, em função das reacções das sondagens, o pôr nas mãos da polícia. E por ter tentado mobilizar, com limpeza discutível, o apoio da comunidade Muçulmana contra o adversário. Deve-se reconhecer que este tinha um desafio difícil a vencer, sendo bisneto de um ministro do Império Otomano, ultrapassar as desconfianças de atavismos comprometedores de todos os que temem fraqueza perante o terrorismo que invoca o Islão; e, pelo lado inverso, elidir o ressabiamento dos Maometanos pouco propensos a perdoar defecções do seu Culto.
Esta eleição é particularmente importante, por causa do arranque da próxima organização Olímpica. O maior foco de curiosidade será ver se o eleito se consegue concentrar, torneando a imagem de infantilismo que se lhe associa.
Mas estes Tories, o triunfador e o líder, Cameron, não são gente das minhas águas. Podem apenas servir de sabão para o banho que Gordon Brown apanhou, com perdas locais muito para além do previsto, quando dois desastres eleitorais anteriores pareciam ter deixado o Labour com pouco a perder. Claro que até às Parlamentares alguma água correrá debaixo das muitas pontes, simplesmente assentar toda a reputação no rigor financeiro, com um Northern Rock a desmenti-lo na primeira esquina, pode mostrar-se muito menos eficaz do que os aclamados caracolinhos e dentes brancos de Tony Blair.

4 comentários:

Anónimo disse...

También derrotado en Roma el "estirado" Rutelli........

O Réprobo disse...

É verdade,Caro Filomeno, sendo coisa que julgava impossível, quer pela notoriedade que ele grangeara como candidato a chefe do Governo, quer pela base de apoio ecologista que pensava inamovível. As populações metropolitanas cansam-se dos seus autarcas, está visto.
Mas atenção, no meio de oposições ideológicas pronunciadíssimas, guardo respeito pela personalidade política de Livingstone.
Abraço

Diogo disse...

Jon Stewart, do Daily Show revela-nos, com uma excelente dose de humor, as capacidades proféticas de George W. Bush.

Jon Stewart: Inventei um novo jogo! Pegamos numa previsão feita pelo presidente Bush do que pode acontecer se fracassarmos no Iraque e substituímos por um alerta do que pode acontecer se invadirmos o Iraque. Vamos experimentar: se invadirmos o Iraque…

Bush: Isso incentivaria outros extremistas no Médio Oriente.

Jon Stewart: Se invadirmos o Iraque…

Bush: O Irão iria tentar preencher o vazio deixado no Iraque.

Jon Stewart: Se invadirmos o Iraque…

Bush: Os Talibãs no Afeganistão e a Al-Qaeda no Paquistão aumentariam a sua confiança e a sua ousadia.

Jon Stewart: Extraordinário! Assim até parece que ele consegue ver o presente. Talvez se gritarmos bem alto, ele oiça em 2003.

Vídeo legendado em português

O Réprobo disse...

Pois, mas como a Hillary promete arrasar atomicamente o Irão, algumas poeiras radioactivas devem conseguir passar as fronteiras e resolver o problema.