segunda-feira, 3 de março de 2008

O Código Da Venda

Afinal o velho best seller «A Jangada de Pedra» não era um exercício de mera imaginação sobre uma largada da Península Ibérica face à Europa, encerrava era uma críptica antevisão do afastamento do autor em relação ao Comunismo que lhe servia de revestimento.
Ao contrário do crítico que põe a nu a embriaguês de Saramago com o Presidente do Governo Espanhol, ela não me surpreende. Conheço vários tipos de Comunistas, os que acreditam piamente em que a colectivização abolirá a escassez e trará a felicidade, poucos mas consistentes; os que vêem no Partido uma forma de resistênsia à desumanização ultra-privatizadora e lá procuram solidariedades contra o desrespeito pela fraqueza, a grande maioria. Mas o escritor radicado nas Canárias é de uma terceira espécie, bem mais ruim: aquela que vive amarrada aos ódios do Passado e quer viver o que lhe resta em função deles: Zapatero pôs-se a destruir símbolos do Franquismo, a premiar a memória das atrocidades dos Vermelhos e a atacar a Igreja? O facinoroso intelectual sente que está perante um dos seus e engole a beberragem até ao fim. Ao ponto de nem o PCP (o outro) lhe parecer tão vermelhusco, nem a liderança norte-americana tão negra...

2 comentários:

ana v. disse...

Parece-me que a explicação é mais simples, caro Réprobo: o que afasta o nosso nobelizado Sir Amargo do comunismo terá muito a ver com essa mesma colectivização, que não se compadece com egos insuflados e êxtases de protagonismo como ele tem sempre demonstrado...

O Réprobo disse...

Ehehehehehehe, essa do "Sir Amargo está deliciosa, Querida Ana. O homem sempre me pareceu muito pior que o escritor, vomitando ódios em todas as diracções. E claro que o que diz tem toda a razão de ser, veja-se a alusão do título.
Beijinho