segunda-feira, 7 de abril de 2008

Direitos Difusos

Lendo sobre o desenvolvimento que o avançado sistema judicial Brasileiro permitiu, no sentido de processar os responsáveis pela emissão de uma telenovela, ocorre-me que, com equiparada legislação, por cá se poderia procurar sanção contra o Governo.
Vejamos:
veicula em excesso temas ligados às drogas, ou não fosse apoiado pelo partido que criou as salas de chuto; idem a actos criminosos, fazendo campanha desenfreada e legalizando o aborto, que era crime até então; aspas quanto à insinuação sexual, veja-se a introdução (sem malícia minha) das aulas ditas de educação do tema; igualmente quanto à promiscuidade, chamando alunos e outros a participar em avaliações de professores. Pode defender-se, é certo, dizendo que de erotismo e sensualidade, pevas. Mas talvez não concorde com tal toda a população privada de escolas maternidades e hospitais, a qual se sentirá... hã, violada. Inexiste pois a componente de sedução, mas não falta o acto em si e não-consensual.
Para mais, o Executivo mostra Duas Caras: a do humanismo e preocupação com o bem-estar e respeito pelas posições dos outros, quando lhe convém, a insensibilidade restritiva de direitos adquiridos e a intimidação, administrativa e até policial, quando lhe dá para isso.
Nem falta a dança do varão (ou do poste): mas muito mais ousada, pondo o Serviço Nacional de Saúde de pernas para o ar. E todos estes atentados ao pudor entram-nos rádio ou televisivamente pela casa adentro 24 horas por dia.
Senhor Procurador, de que está à espera?

10 comentários:

Tiago Laranjeiro disse...

Mas falta ao Governo uma Alzira como a outra, com a sua dança do ventre. Maria de Lourdes Rodrigues bem tenta, mas...

O Réprobo disse...

Hahahahahaha! Meu Caro Tiago Laranjeiro, pensava que a dança da Milú era mais a lambada!
Abraço

ana v. disse...

LOL!!!
Bjo

O Réprobo disse...

Cada LOL da Ana é um bálsamo para estes dedos cansados e espírito doente.
O.

ana v. disse...

Mas imagino que não gosta nada da sigla... adivinhei? Eu também embirrava com ela, mas rendi-me há uns tempos. É prática.
Fora isso, é muito bom ser um bálsamo, sobretudo para alguém que está triste. Fico contente.
Beijinho

PS: o "O" é de "ósculo"?

Luísa A. disse...

A política, meu caro Réprobo, é bem capaz de ser a única área onde a reserva mental, a mentira descarada e a ruptura de promessas não têm consequências (senão uma eventual não eleição) e são quase consideradas manifestações de «arte». Seria interessante que se lhe estendessem (e à acção do Governo, em particular) os princípios e o rigor das nossas leis sobre contratos. Claro que o sistema judicial, que já mal dá resposta, entrava amanhã mesmo em colapso. :-)

O Réprobo disse...

Querida Ana, a sigla é um pouco inquietante, como aquela miúda de um filme americano que só falava por elas... Mas gosto do som e da significação. Haja alegria!

Era de "Outro", mas "Ósculo" tem o mesmo valor, no caso.
+1

O Réprobo disse...

Querida Luísa,
por outro lado, o prolongamento sem fimà vista da prisão preventiva, ora em vias de extinção, parece-me um recurso muito digno de aplicar-se a este caso...
Beijinho

Anónimo disse...

Observación de Gramática y Derecho Comparado: en portugués "processar" viene a equivaler a "citar ante los tribunales civiles o penales a una persona" mientras que en "procesar" en español sería equivalente a que un "juiz emita pronuncia" sobre una persona en un proceso penal........Me gustaría conocer la docta opinión del gran Réprobo.
Ab.

O Réprobo disse...

Meu Caro Filomeno,
o que me ocorre é que no idioma luso, tendo em mente a morosidade das decisões judiciais, não se quer agoirar, colando à sentença uma sugestão de encadeamento de actos que implique demora... Complexos!
Abraço
Abraço