sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dourar a Pílula

Adão e Eva de William Blake

Já tenho falado do que penso do casamento homossexual, pelo que não quero repetir-me. Mas acerca das especificidades daquele que fez as manchetes no Brasil tenho um par de apontamentos a realçar.
Constata-se a grande confusão dos nubentes, os quais chegaram ambos quarenta minutos depois da hora, quando a tradição atribui apenas à noiva a incumbência de deixar o pessoal à espera. Terá sido difícil determinar a quem competia o atraso, nem quero pensar na indecisão futura, ao distribuí-los, no sentido fisiológico, como existentes em muita relação hetero.
Depois, um dos unidos veio com a conversinha de Deus o ter escolhido para este passo pioneiro. Deus aqui é mais do que invocado em vão, se quisesse uma revisão destas, a seguir à Eva teria retirado outra costela para criar um Evo.
O que nos leva a outra declaração dos protagonistas. Um deles explicou que as pílulas do Amor que distribuíram aos convidados os fariam sentir a alegria que eles sentiam. Apre, como "alegria" é, muito plausivelmente, tomada como a huuuum qualidade genérica correspondente a estes Gays, sempre será caso de uma pílula que custa muito a engolir. Mal por mal, a que a cobra nos impingiu era muito mais comestível.

4 comentários:

Marcos Pinho de Escobar disse...

Meu Caro Amigo,
Até onde chegarão os desvarios anti-naturais do género humano? Já vivemos em época de virtual penalização do homem de bem e a acção contrária para com o delinquente. Não faltará muito e veremos casais do "matrimónio tradicional" a malhar com os ossos nas cadeias do mundo pós-moderno.
Um abraço.

O Réprobo disse...

Meu Caro Euro-Ultramarino,
já começou, não sei se deu por ela, mas a administração socrática terá dado ordens ao fisco para promover interrogatórios dicnos da Revolução Cultural Maoista sobre as despesas dos casamentos celebrados. Chega-se ao ponto de obrigar a declarar quem pagou o vestido de noiva. Onde está a discriminação? Ora, aqui, como se viu nem noiva... nem vestido!
Está o Amigo a ver o filme...
Abraço

Anónimo disse...

O Pai de um grande amigo meu costuma dizer "no meu tempo era proibido; agora é permitido. Eu é que não quero cá estar quando for obrigatório!"
Nem eu. Safa!

O Réprobo disse...

Querida Rosarinho,
olhe que já esteve mais longe, ehehehehe! Quer apostar que começarão pelos incentivos fiscais? E não sei se muito compatriota nosso não declararia uma haaaa orientação falsa, para poupar umas massas.
Beijinho