Elevação das Expectativas
Enquanto não chega o contributo pela Meg prometido, está na hora de apresentar as minhas conclusões provisórias sobre os usos e abusos do calçado feminino: a primeira reside em todas as razões e mais algumas aventadas, as estéticas, as de auxiliares da libido, as de satisfação emanada da mudança anatómica que se consegue, ficarem grandemente prejudicadas quando o objectivo, continuando muito embora numa esfera de concorrência, passe a ser o de bater records... Ora vejam os certificados "saltos mais altos do Mundo". Quem conseguirá andar com eles? Haverá alguém a sentir-se estimulado nestas e por estas andas? Conseguirá a portadora satisfazer-se com a própria imagem em tão instável (des)equlíbrio?
Sob o ponto de vista puramente estético também infunde muitas dúvidas o aproveitamento da Pintura para a decoração do revestimento dos pés, Assim, André Perugia inspirado em Braque dá-nos este peixe caminhante, que não apetecerá ao consumo. Mas pode ser aproveitado para uma ilação moral - quando uma Mulher compra um par de sapatos tem sempre um motivo a que lançar a rede.Por fim Magritte, com o nada inocente Modelo Vermelho, dá-nos a compatibilização das vantagens do calçado velho, o de ser sentido como parte do pé, e a volúpia daquele que, de preço, foi recentemente adquirido. Para além de juntar mesma instância os apelos erotómanos de pé e suas capas.
9 comentários:
Caro Réprobo,
com estas ilustrações quase me apetece dizer que começo a prezar o salto raso, credo!
Conseguiu encontrar coisas absolutamente horríveis (não o Magritte, obviamente...) :-)
O sapato-peixe tem um "olhar" tétrico e as andas parecem dois pelicanos com papeira...
Há gente com o gosto muito estragado...
Beijinho :-)
Vou tentar encontrar algo mais elegante... e postar só para si :-)
Era o intento, Querida Fugidia, dar conta da perversão do princípio...
Beijinho
vou linkar,Paulo!
Está o máximo
beijinho
Preciosas e altíssimas contribuições! E também medonhas, fora o meu querido Magritte (nada inocente, mesmo).
Beijinho
Obrigado, Querida Júlia. Até me dói ver esta galeria de horrores próxima daqueles pezinhos maravilhosos!
Beijinho
Querida Ana,
obrigadíssimo, espero que não seja dose muito forte para as Boas-Vindas aquando do regresso da Meg!
Bj.
Caríssimo: a moda dos coturnos passou do teatro clássico para a Sereníssima República e depois para as abandalhadíssimas respúblicas S.A. de hoje, onde o mau gosto e o absurdo imperam, numa tentativa de impor uma «realidade» cada vez mais virtual e imbecil. Onde cada S.A.zinha tenta, aos pulos, dar nas vistas, para obter notoriedade e mais alguns cobres.
Não se trata aqui de erotismo, mas sim de mau-gosto vigente e de mercantilismo demente.
Um grande abraço.
Meu caro Carlos Pprtugal,
eu que sou um fanático dos pés femininos envolvidos por sapatos, sandálias e botas (ai!) de salto, numa linha, digamos, clássica, fico contristadíssimo com adulterações como estas, ou como as que as Spice Girls fizeram por espalhar.
Aaaaargh!
Abraço
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