quarta-feira, 23 de abril de 2008

Fumo Com Fogo

A Chama-Bebé de Nathaniel MeyerInterrompi abruptamente a postagem, por via de um acidente quase doméstico: o ecoponto, mesmo em frente da minha casa, começou a arder. Quando dei por ela, uma pequena chama saía do contentor amarelo, o dos plásticos, pela abertura. Chamei os Bombeiros, que não demoraram mais do que dez minutos, mas, nesse breve espaço, todos os três depósitos, mais dois caixotes de lixo próximos tinham-se consumido completamente, cortando momentaneamente a rua, pela fumarada negra que libertaram. E apesar de os peritos na extinção me terem sossegado, quanto à possibilidade de pegar à sebe do vizinho, por ela estar muito verde, soprasse o vento noutra direcção, não sei, não...
Para verdes o grau de desconfiança a que a nossa Comunidade chegou, as Senhoras passantes garantiam a pés juntos que era obra maldosa, totalmente voluntária em vista ao efeito, enquanto eu, o eterno pessimista, passava por ingénuo e confiante, ao admitir que tivesse sido uma beata inadvertida mas inadmissivelmente lançada para local indevido.
Fosse como fosse, parece estranho que se não ergam separadores de restos em material menos comburente. Será esta a opção de uma administração avisada?

6 comentários:

Anónimo disse...

S. O extintor da casa não serviu?

fugidia disse...

(talvez o caro Rébrobo não seja tão pessimista como quer crer...)

Boa tarde, caro Réprobo!
E não ligue aos meus pensamentos...
:-D

O Réprobo disse...

Meu Caro Rudolfo,
tive receio de o utilizar, quer por não confiar na minha habilidade nesse ramo, quer por medo de ser apanhado descalço. As infelicidades tocam sempre à porta quando estamos menos preparados...
Se eu ficasse, mesmo temporariamente, sem essa arma defensiva...
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Fugidia,
não o creia: esta peste é terrivelmente céptica quanto à natureza humana. Mas, sem indícios fortes, pareceu-me algo forçado desencantar dolos incendiários.
Beijinho

ana v. disse...

Também não percebo porque é que fazem de plástico os contentores. Acidentes desse género não devem ser tão raros como pensamos, com os belos hábitos dos portugueses no que toca a civismo...
É muito mais provável a negligência do que a intenção criminosa, também acho.

O Réprobo disse...

Querida Ana,
isso foi o que mais espécie me fez. Quando vieram os funcionários da empresa recolher os restos, ainda fui maçá-los, perguntando se não havia aqueles apetrechos de descarga em material menos combustível. o chefe, cheio de paciência, lá me disse que esperam vir a tê-los, mas que, de momento, só há destes. E pior, também estava inclinado para o fogo ateado propositadamente. Arrumou-me com um enfático "olhe que há gente para tudo!"
Bjinho