quinta-feira, 3 de abril de 2008

Britannia Rules The Waves

O Sr. Lopez, Presidente da Câmara de uma pequena cidade do Norte do Chile, foi preso por, automobilizado, ter causado perturbação no cenário das filmagens do novíssimo episódio da saga de James Bond. Como nada que diga respeito ao 007 me é indiferente, cá venho botar faladura sobre o tópico.
Em princípio, os motivos alegados são compreensíveis: nenhuma autoridade regional gostaria de ver forças de elite do Poder Central protegendo trabalhadores estrangeiros, presumivelmente contra os naturais, o que dá uma imagem de incompetência da polícia local e de selvajaria dos residentes. Além de que não é confortável para quem quer que seja ser usado para representar um país estrangeiro contra o qual subsiste alguma hostilidade, caso da Bolívia, em que decorre a intriga do filme e a quem foi tomada a zona, noutros tempos, retirando-lhe o acesso ao mar.
Simplesmente, o político protestatário deve ignorar um pormenor histórico. A Rainha Victoria, vendo certo Primeiro Ministro seu preocupadíssimo com a questão boliviana, perguntou se não se podia resolver o assunto da forma habitual, enviando umas canhoeiras para as paragens conturbadas. Teve o estadista de explicar que a Bolívia era um país interior, ao que a Soberana, fazendo uma cruz no mapa, retorquiu:
A Bolívia não tem mar? Então a Bolívia não existe!
Ora, se para os Ingleses a existência do território do script passa pelo acesso ao Oceano, não se pode estranhar que elejam a única zona marítima que pertenceu àquela Nação...

8 comentários:

ana v. disse...

Estou com a Rainha Victoria: país que não tem mar, não devia sequer ser chamado de país!
(esta brilhante consideração é o reflexo de um belo almoço no nosso paredão, não leve a sério...)
beijinho

cristina ribeiro disse...

Off-topic: uma gatinha Fabiana, hem!, D.Pablo :)
Beijo

O Réprobo disse...

Oh! E pensar, Querida Ana, que ontem, entre as 14,00H e as 15,00H fiz o meu footing até Cascais, ao longo do dito! Devo ter passado mesmo ao lado do poiso em que Se banqueteava...
Aquela paisagem obriga, de facto, a abolir os direitos à independência de qualquer País sem orla costeira.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
era uma meia-leca querida, cujo passatempo, enquanto assistíamos ao telejornal, era saltar pelos colos dos três donos, mudando de poiso a uma velocidade astronómica.
Numa vertente diversa da já aqui abordada, poder-se-ia dizer que era sempre bom, o contentamento que nos transmitia.
Beijo

Anónimo disse...

El valiente Alcalde López me recuerda los enfrentamientos de Don Manuel Fraga con la poderosa productora Columbia a cuenta de ¡Y llegó la hora de la venganza!(1964) con Gregory Peck, Anthony Quinn y Omar Shariff y el tema de "Queimada", 1969, en la que el político gallego consiguió que Gillo Pontecorvo aceptara cambiar el "colonianismo español" por el "colonialismo luso", aunque en el filme, localizado en el siglo XIX, aparece la bandera portuguesa republicana de tonos rojos y verdosos...........

O Réprobo disse...

Meu caro Filomeno,
tinha de sobrar para nós, ehehehehe.
Quanto à bandeira Republicana, não fosse debaixo dela ter morrido tanto Combatente em nome da perenidade portuguesa, e teria a tentação de dizer que a última palavra do Teu comentário tinha saído gralhada, com um "v" em lugar do "m".
Abraço

ana v. disse...

Olhe que pena! Então o meu amigo Réprobo era um dos atletas que passaram à frente da minha mesa, a demonstrar-me como ando preguiçosa! (eu fiz o paredão diariamente, de manhã cedo, durante pelo menos 2 anos)
Um beijo

O Réprobo disse...

Enfim, atleta, atleta...
Mas soube bem ouvir tal, remocei vinte anos.
Faz favor de, na próxima patuscada, empunhar um cartaz com o letreiro "AV".
Bjinho