Sem Mãos A Medir
É sempre possível retirar lições éticas das descobertas biológicas, muito para além da desculpação dos usos indignos dos animais com uma forjada natureza deles. O achado galês de um polvo com seis tentáculos, por exemplo, vem reforçar o imperativo de nunca definir alguém pela quantidade, devendo ser privilegiada a Qualidade: a língua inglesa vive agora o imbróglio de ter de criar a palavra Hexapus, por, insensatamente, ter baptizado a espécie como Octopus, enquanto que a nossa colaborante neutralidade numérica evita problemas de maior.
E se alguma conclusão queremos retirar, no nosso idioma, teremos de reconhecer que o bicho recusou ser feito num oito...
Fiquemos com os Dubliners, em «Octopus Jig».
6 comentários:
Bem, mas eles podem sempre invocar a "excepção que confirma a regra", e chutar
para canto, não criando uma palavra para ela...pelo menos, até aparecerem mais desses estranhos animais e a regra deixar de o ser...:)
Meu Caro TSantos,
inferi da notícia linkada que, pelo menos o nome comum, estava decidido. Tu é que és o Especialista, mas fez-me um bocado de impressão uma mutilação, ainda que geneticamente inscrita, fazer-se passar por espécie nova. Ou sub-espécie, não sei.
Abraço
Caríssimo
Denominar uma nova espécie é sempre algo complicado, embora hoje isso seja mais acessível, com as ferramentas da genética. No entanto, o achado de UM animal não basta para nomear formalmente uma spécie/subespécie/variedade, mesmo que a genética indique tratar-se de um indivíduo diferente. Apenas uma POPULAÇÃO (conjunto de indivíduos com as mesmas características poderia dar alguma indicação nesse sentido.
É claro que os nomes comuns não estão submetidos aos restritivos critérios científicos que enunciei...a cada um o seu nome preferido!
Uf! Por momentos pensei que o Hexapus estava perdido! Temos de lhe conhecer a famelga.
Abraço
SE tiver famelga...Essa sim, seria uma grande notícia...
Ab
Meu Caro TSantos,
"uma andorinha não faz a Primavera"="um polvo manco não revoluciona a Zoologia".
Ab.
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