sexta-feira, 11 de abril de 2008

A Voracidade Insaciável

O Jornalista, gravura do Século XVIIIQue os Pobres Pais não queiram confiar a Filha a médicos que não garantem hipóteses grandes de êxito na normalização dela, percebe-se. Que encarrilem pelo escapismo terrível da resignação que consiste em atribuir à vontade divina uma deformidade que, apenas porque numérica, lhes não parece tão monstruosa assim, compreende-se. Que os médicos, vexados na impotência perante o que os transcende, queiram, ainda assim, tentar qualquer coisa, aceita-se. Que os camponeses piedosos, perante a raridade coincidente com a de representações sacras idolatrem a menina, não se estranha. Mas por que raio querem os insaciáveis jornalistas deste Ocidente morbidamente curioso divulgar à exaustão esta imagem da infelicidade alheia? Não está na mão de quem quer que leia ajudar, não foi consequência de qualquer acidente público, antes uma decorrência anómala de uma relação no recato familiar. Quererão exibi-la no(utro) circo como a Mulher Barbada? Ou fazer sondagens nas edições on line e nos programas televisivos familiares, para que cada cabeça dê a sua sentença sobre o que os outros devem fazer, não estando em questão a protecção de alguém que precise? Ora, vão-se catar.

11 comentários:

CPrice disse...

A exploração do horror, Caro Amigo, que alimenta os egos mais famintos em desgraça alheia.
Há vários exemplos, infelizmente ..

Mas .. hoje também é 6ª feira portanto ;) .. um bom fim-de-semana para si

ana v. disse...

Vão-se catar, mesmo. Tem toda a razão.
Um beijinho

cristina ribeiro disse...

Nunca, como hoje, se propagou a máxima "os fins justificam os meios", na pior das suas interpretações; não importa se, pelo caminho, alguém fica machucado.
Beijo

O Réprobo disse...

Ufa, desde as 17.00H, pelo menos, que foi a hora a que cheguei, que estava sem net! Flizmente está restabelecida.
Querida Once, também para Si. Quanto ao estrepitoso oportunismo da desgraça, estamos conversados. Mas aqui nem haveria a desculpa da correlação com uma catástrofe do conhecimento geral, de que houvesse legitimidade para noticiar mais um efeito.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Ana,
e vão ter uma trabalheira pela frente. Há coisas que não cconsigo engolir, que fazer?
Beijinho

O Réprobo disse...

Aqui, Querida Cristina, o casal afectado nem terá, no seu conformismo, dado pelo desrespeito. Competia era aos Media darem pela degradação em que incorriam.
Beijo

Anónimo disse...

O Munndo parece um circo, acredite. Ele é a autópsia de Jesus, ele é o homen que ficou grávido ele é isto. O circo à hora do jantar com as famílias à mesa.
Onde está o comando?
Cumpts.

O Réprobo disse...

Oh Meu Caro Bic! Pois pelo que diz, o controlo está mais remoto do que nunca! Temos de nos refugiar no auto-controlo, está vsto.
Comando? Se falássemos mais inglês do que já nos obrigam, eu arriscaria que no Decálogo...
Abraço

Anónimo disse...

Nem mais Caríssimo. Totalmente de acordo consigo.

Vivemos, infelizmente numa época dominada por bárbaros. Faz falta outra Ordem Teutónica para os deter.

E onde param os nossos Cavaleiros de Cristo (os verdadeiros, cuja Ordem colocou a sua Cruz nas velas dos nossos navios, quando Portugal era um Império iluminado.

O tempora, o mores!

Grande abraço

Anónimo disse...

Desculpe, Caríssimo; parece que a rede me pregou uma partida, não me deixando terminar a minha «assinatura» no comentário anterior. Parece que os bárbaros não gostaram...

Abraço.

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
quando os bois são chamados pelo nome não gostam. E vingam-se! A questão que põe é fundamental e, amanhã, tentarei dar-lhe resposta gráfica.
Abraço